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Scot Consultoria

Mercado mundial de carnes: produção, consumo e comércio


Quarta-feira, 27 de junho de 2007 - 09h26

Observe, na tabela 1, os números da FAO (órgão das Nações Unidas para questões de agricultura e alimentação) relacionados à produção, ao consumo e ao comércio mundial de carnes, já com as expectativas para 2007. A produção global de carnes deve crescer 2,3% este ano, alcançando 283 milhões de toneladas. Cerca de 2/3 deste aumento deve acontecer na Ásia, com destaque para a China, pois o forte crescimento econômico puxa o consumo que, por sua vez, incentiva a produção. O potencial da América do Sul pode ser afetado pelo aumento dos custos de alimentação e pela redução do rebanho de matrizes bovinas no Brasil. A produção total de carnes dos países em desenvolvimento deve crescer 3% em 2007, mais do triplo esperado para os países desenvolvidos. O “mundo pobre” passará a responder por 60% da produção global. Especificamente com relação à carne bovina (bovine meat), o aumento de produção esperado para 2007 é muito pequeno, quase nulo, de apenas 0,5%, o que mantém os preços firmes (veja mais em “Mercado mundial de carnes: preços firmes"). Esse crescimento comedido se deve à retenção de animais em alguns países, ao ajuste de produção em função do aumento de custos e, no caso do Brasil, à matança de fêmeas nos últimos anos, o que comprometeu o estoque de animais. É preciso considerar também os efeitos restritivos da política econômica da Argentina. Os ganhos mais expressivos em termos de produção de carne bovina, com exceção da Nova Zelândia, devem se concentrar em alguns poucos países em desenvolvimento, com destaque para China e Índia. O aumento dos custos de produção é o principal fator que deverá segurar o crescimento da produção mundial de carne suína (pig meat) em “apenas” 3%. Em função do momento relativamente favorável que atravessam países como Brasil, Chile e Vietnã, a participação dos países em desenvolvimento na produção mundial de carne suína deve saltar para 64% em 2007. A produção de carne de frango (poultry) também deve crescer de forma mais significativa nos países em desenvolvimento, com destaque para América do Sul e Ásia. Mesmo na Turquia e no Egito, onde o setor foi fortemente afetado pela crise da gripe aviária, a produção está em recuperação. Já o crescimento da produção mundial de carne ovina (ovine meat) está projetado em 2,1% para 2007, com destaque para a Ásia, que concentra mais de 60% da produção mundial. Na Oceania a seca castiga os produtores. Na Argentina e no Uruguai observa-se uma recuperação da produção. Com relação ao comércio mundial, o forte crescimento econômico registrado por vários países e a solução de problemas sanitários por parte de diversos fornecedores deve sustentar um aumento de 5% nas exportações mundiais de carnes em 2007. Destaque para as exportações de frango, em função da redução dos entraves relacionados à gripe aviária. Em 2004 o Brasil superou os Estados Unidos passando a ser o maior exportador mundial de carnes e, de acordo com a FAO, assim deve se manter em 2007. As exportações totais de carne brasileira devem crescer 9% em relação a 2006, graças ao aumento das vendas para o Oriente Médio e África. No caso da carne bovina, a FAO espera que as exportações brasileiras cresçam cerca de 8% e ultrapassem 2 milhões de toneladas. Provavelmente a FAO terá que rever suas estimativas, pois apenas nos primeiros 5 meses de 2007, em relação ao mesmo período de 2006, os embarques brasileiros de carne bovina in natura cresceram mais de 38%. (FTR)
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