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Scot Consultoria

União Européia quer parceria com o Brasil


Sexta-feira, 25 de maio de 2007 - 09h58

A Comissão Européia (UE), o braço executivo da UE, submeteu aos 27 países-membros e ao Parlamento Europeu a comunicação conferindo parceria estratégica ao Brasil, que deverá ser aprovada formalmente na próxima quarta-feira, dia 30. O documento avalia que a parceria ajudará a avançar a negociação do acordo de livre comércio UE-Mercosul e a estabilidade da América Latina. Para Bruxelas, a conclusão do acordo birregional está "intrinsecamente ligado" a progressos na integração política e econômica do bloco do cone sul, um processo no qual considera que o Brasil deve ter liderança importante. A comunicação representa a visão européia da futura parceria. O Brasil apresentará sua própria visão. Parece claro que surgirão diferenças, as quais devem levar a um documento comum dentro de alguns meses. Na comunicação européia, até por aparente pressão de alguns países, sumiu o termo "agricultura". Em 12 páginas, não há uma só menção, apesar de o diálogo setorial ter sido praticamente acertado pelos dois lados, além de Bruxelas confirmar mais cooperação sanitária e fitossanitária. A União Européia não poupa elogios e reconhecimento da importância do Brasil. Chama o país é um "aliado vital" para a UE para resolver desafios globais como mudança climática, direitos humanos, questões econômicas e sociais. Até agora, o principal foco do diálogo passava pelas questões UE-Mercosul. Mas, para Bruxelas, "chegou o momento de ver o Brasil tanto como potencial parceiro estratégico quanto como grande ator econômico latino-americano e líder regional". O encontro de cúpula no dia 4 de julho próximo, em Lisboa, será um "momento decisivo" na relação bilateral. A parceria estratégica "significará assumir uma abordagem cooperativa nas relações econômicas e comerciais', o que inclui um "forte compromisso" em direção à integração regional. O reforço das relações econômicas e comerciais é um dos temas centrais da agenda comum proposta por Bruxelas, tanto mais que o Brasil é o mercado mais importante para seus exportadores, representando um terço do comércio da União Européia com a região. Nota também que, embora não tenha ainda acompanhado as taxas de crescimento econômico da China ou da Índia, o Brasil tem potencial, "com enormes recursos naturais, renomados cientistas e excelentes acadêmicos, ampla diversidade industrial e um vasto mercado interno". A UE é ainda o maior parceiro comercial do Brasil, com 22% do comércio total do país. No entanto, o Brasil só conta por 1,8% das trocas da UE. O Brasil é o que atraiu mais investimentos diretos europeus, que totalizam 76,3 bilhões de euros no país. A UE quer ampliar os negócios tanto através da Rodada Doha como pela negociação UE-Mercosul. Aponta alto nível de proteção nos mercados de bens e serviços no Brasil, mas não comenta as críticas brasileiras sobre o protecionismo agrícola europeu. Bruxelas "encoraja" o Brasil a reduzir as barreiras tarifárias e não tarifárias, a fazer reformas econômicas e a estabelecer um quadro regulatório estável para as suas empresas. A futura parceria parceria UE-Brasil é assim vista por Bruxelas como uma oportunidade para discutir questões que complementarão o debate UE-Mercosul. Por exemplo, nas áreas de propriedade intelectual, política industrial, cooperação nas áreas de regulamentações e também na área sanitária e fitossanitária (SPS). Evitando como a peste mencionar o termo "agricultura", a Comissão Européia quer também ampliar consultas sobre condições sanitárias e fitossanitárias, que podem afetar o comércio. Assim, reforçar a relação política com o Brasil, que representa quase 80% de todo o PIB do Mercosul, "só pode ser benefício para ampliar a relação União Européia-Mercosul", o que considera especialmente relevante porque o o bloco do cone sul passa por "fase difícil". Fonte: Valor Econômico, 25 de maio de 2007. Adaptado por Scot Consultoria
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