• Sábado, 27 de abril de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

SC obtém status de livre de aftosa sem vacinação


Quarta-feira, 23 de maio de 2007 - 09h36

A Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) confirmou ontem, em sua assembléia geral, em Paris, o reconhecimento de Santa Catarina como área livre de aftosa sem vacinação, status que permitirá acesso da carne suína do Estado a países da Ásia, Chile, além da União Européia, que representam 80% do mercado mundial. Segundo Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs (Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína), com o novo status para Santa Catarina as exportações brasileiras do produto têm potencial para crescer 40% ao ano por quatro a cinco anos seguidos, mas será necessário elevar a produção. "A decisão da OIE representa poder trabalhar 80% do mercado internacional [ao qual o Brasil ainda não tem acesso]", afirmou Camargo Neto, em entrevista telefônica de Paris. Isso significa reduzir a dependência da Rússia, que adquiriu 45% das 180 mil toneladas de carne suína vendidas pelo Brasil ao exterior entre janeiro e abril e impõe embargos considerados injustificados ao país. Como o que submete justamente Santa Catarina desde o surgimento de focos de aftosa no Mato Grosso do Sul e Paraná no fim de 2005. De acordo com ele, com o novo status internacional de Santa Catarina, países que colocavam a vacinação contra aftosa como um impedimento para comprar carne suína nacional "terão agora de conversar com o Brasil". Entre esses países estão o Chile e o Japão. Este último, responsável por 24% das importações mundiais de carne suína, prometeu enviar missão a Santa Catarina em outubro (caso a OIE desse o reconhecimento internacional ao Estado) para avaliar os controles sanitários. Ele avalia que, por conta do novo status, será mais fácil conseguir que os EUA decidam fazer análise de risco da produção de suínos de Santa Catarina, procedimento necessário para acessar aquele mercado. A UE não questionava o status anterior de Santa Catarina junto à OIE, mas o reconhecimento deve fortalecer as negociações para que o bloco compre carne suína no Estado, acredita. Antônio Ceron, secretário da Agricultura de Santa Catarina, que também está em Paris, acredita que em breve haverá abertura de novos mercados, como UE e Japão. "Santa Catarina tinha produção e tecnologia equivalentes aos melhores países do mundo, mas faltava esse selo de qualidade. Temos um pênalti marcado para Santa Catarina e agora só falta o gol". Há sete anos sem vacinar contra aftosa, Santa Catarina já havia obtido o status da Comissão Científica para Doenças Animais da OIE , em março passado. O reconhecimento, reiterado ontem, foi solicitado pelo Ministério da Agricultura à OIE. A OIE também reconheceu ontem o centro-sul do Pará, região que compreende 44 municípios e um rebanho de 13,5 milhões de bovinos e bubalinos, como livre de aftosa com vacinação. Com isso, a carne bovina da região poderá ter acesso a todos os mercados para os quais o Brasil vende, observou João Sampaio, secretário de agricultura de São Paulo. Para ele, a criação de uma zona de contenção na área de fronteira entre Mato Grosso do Sul, Paraguai, Argentina e Bolívia - com vigilância redobrada contra aftosa - pode acelerar o fim do embargo à carne bovina de São Paulo, imposto pela UE. Ele disse que "se o país fizer a lição de casa" em relação ao Mato Grosso do Sul, São Paulo poderá retomar o status de livre de aftosa com vacinação, suspenso após os focos. Outros 10 Estados também perderam o status. Ontem, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse que pretende solicitar ao Comitê Científico da OIE, que se reúne em setembro, a retomada do status sanitário dos 11 Estados. Fonte: Valor Econômico. Agronegócios. Por Alda do Amaral Rocha e Vanessa Jurgenfeld. 23 de maio de 2007.
<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>
Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja