Austrália sente os reflexos da retomada das vendas de carne bovina dos Estados Unidos para a Coréia

De acordo com o Meat and Livestock Australia (MLA), muitos importadores sul coreanos estão hesitantes em comprar carne bovina australiana nos últimos dias. Isso em função da expectativa de retomada dos embarques de carne bovina dos Estados Unidos, que deve levar à retração dos preços. Além do mais, eles buscam reduzir os estoques, hoje considerados elevados. Foi confirmado que a Coréia está negociando alguns contratos relativamente grandes com os Estados Unidos. Essa carne provavelmente já estará disponível para consumo, na Coréia, entre Junho e Agosto. Vale lembrar que até 2003 os Estados Unidos disputavam com Brasil e Austrália o posto de maior exportador de carne bovina do mundo. Havia praticamente um empate técnico entre os três, cada um com embarques de pouco mais de 1 milhão de toneladas equivalente carcaça. Após o caso de vaca louca, registrado em dezembro do mesmo ano, os Estados Unidos foram praticamente expulsos do mercado. Em 2004, as exportações norte-americanas, de acordo com seu Departamento de Agricultura (USDA), caíram para 209 mil toneladas equivalente carcaça. Mais ou menos o que o Brasil exporta, hoje, em um único mês. A Austrália foi o fornecedor que mais se beneficiou da ausência dos Estados Unidos. Os principais ex-clientes dos Estados Unidos, como Japão, Coréia do Sul e Taiwan, são extremamente exigentes, principalmente em relação à sanidade. Só aceitam comprar, por exemplo, carne de nações totalmente livres de febre aftosa, e sem vacinação, o que impede o acesso da carne brasileira e de outros países da América do Sul. Mas agora os Estados Unidos estão recuperando mercados em ritmo bastante acelerado, um “problemão” para a Austrália. De 2004 para 2005 os embarques norte-americanos cresceram 52%. De 2005 para 2006 o avanço foi de 65%, sendo que a expectativa para 2007 é de crescimento de 30%. Em 2004, no auge da crise norte-americana, a Austrália, de acordo com o USDA, exportou 1,394 milhão de toneladas equivalente carcaça de carne bovina, 567% a mais do que os Estados Unidos, que ficaram com 209 mil toneladas. Em 2007, os embarques australianos devem alcançar 1,495 milhões de toneladas, mas a vantagem em relação aos Estados Unidos, que tendem a exportar 680 mil toneladas, deve cair para 120%. (FTR)
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