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Scot Consultoria

Indústria ferroviária vive dificuldades


Sexta-feira, 11 de maio de 2007 - 09h57

A indústria ferroviária nacional vive um momento de dificuldades, com queda de cerca de 50% na produção de vagões, que foi de 7.500 em 2005 e caiu para 3.589 em 2006. Em 2004 foram produzidos no país 4.300 vagões e a capacidade anual da indústria ferroviária brasileira é 12 mil unidades. O presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer) afirmou que o motivo dessa queda é que o governo não investe na expansão do sistema, que segundo ele, é inerente ao poder público. A falta de encomendas é crítica para a indústria. Nos anos 70, a indústria tinha uma média anual de vendas de 3.100 vagões, número que caiu para 1.100 vagões na década de 80. Nos anos 90, foi a década de "horror" para a indústria, onde a média caiu para 100 vagões por ano. A partir das concessões, em 1996, houve um reaquecimento do mercado. Um dos sintomas foi a oferta de aluguel de vagões, que não havia no Brasil. Nos Estados Unidos, cerca de 50% dos vagões operados por ferrovias não são de propriedade da operadora. A associação critica o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), argumentando que a maior parte dos recursos vai para a reforma, ampliação e construção dos 45.337 mil quilômetros de rodovias. O PAC prevê que, até 2010, sejam investidos R$33,43 bilhões em rodovias, R$7,86 bilhões em ferrovias e R$734 milhões em hidrovias. A maior parte dos desembolsos será feito pelo setor privado. De um total de 2.518 quilômetros de ferrovias contemplados pelo pacote, só 211 receberão recursos públicos. Em termos de quilometragem, o modal ferroviário vai receber apenas 5,56% do total, sendo que ferrovias com capacidade de bom funcionamento diminuiriam gastos com transporte e as filas nas estradas verificadas no escoamento das safras agrícolas. A ferrovia Norte-Sul, por exemplo, que tem 29,1 mil quilômetros é vital para levar a carga do Brasil central para o mercado comprador no hemisfério Norte. A safra pode pegar o Porto de Itaqui, no Rio Grande do Norte, em vez de levar para Paranaguá. Diminui o transporte marítimo, economiza toda a rota do Atlântico Sul até a linha do Equador. O maior concorrente do Brasil na soja são os Estados Unidos, onde 60% do transporte é fluvial. Aqui é o inverso, 60% é o modal rodoviário. Entre as deficiências do sistema ferroviário estão as passagens de nível, cruzamentos do trem com o modal rodoviário, e invasão das faixas de domínio, que são as casas construídas na margem da linha do trem. Nesses casos, a locomotiva tem que reduzir a velocidade próxima dos 10 Km/h. E somente o governo tem autoridade para mudar as pessoas que invadem a faixa de domínio. A indústria ferroviária brasileira é a maior dentro do contexto da América Latina e realiza negócios com toda a América do Sul, além da África. Fonte: Net Marinha. Adaptado por Scot Consultoria. 10 de maio de 2007.
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