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Aumento de tarifa para importação de calçados no Mercosul precisa ser aprovado pelos outros países do Bloco


Sexta-feira, 27 de abril de 2007 - 10h03

A repercussão da decisão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) em elevar para 35% a Tarifa Externa Comum (TEC) para a importação de todos os tipos de calçados foi muito boa entre os empresários produtores de calçados brasileiros. No entanto, como os países membros do Mercosul precisam aprovar essa alteração, a nova tarifa só deverá entrar em vigor entre o final de maio e junho. "A medida tem o objetivo de estancar o grande volume de sapatos chineses, mais baratos, que estão chegando ao país com a ajuda de um câmbio favorável às importações", disse Élcio Jacometti, presidente da Associação Brasileira da Indústria Calçadista (Abicalçados). Conforme as informações da entidade, os produtos da Ásia entram no Brasil com vantagem porque são produzidos com mão-de-obra muito barata e sem regulamentação, "bem ao contrário do Brasil", disparou o empresário. A medida foi anunciada na quarta-feira (25/04), em Brasília. Segundo Jacometti, a Abicalçados já vinha reivindicando a extensão de 20% para 35% da alíquota para todos os tipos de calçados, pois até o momento apenas seis tipos eram taxadas em 35%. A percepção positiva dos empresários também é marcada pelo fato de que somente no primeiro trimestre de 2007 as importações de calçados aumentaram em 40%. Dos 7 milhões de pares importados, 5,8 milhões são de origem chinesa, a um preço médio de US$5,51 (pouco mais de R$11). Em 2006, o país importou, segundo a Abicalçados, 18,5 milhões de pares. "O aumento da taxa de importação é uma proteção à produção brasileira, mas ainda não é suficiente para frear as demissões", declarou João Batista Xavier da Silva, presidente da Federação Democrática dos Trabalhadores na Indústria do Calçado do Estado. Ao mesmo tempo em que comemora o aumento da tarifa de importação, o setor tem preocupações pelas quedas consecutivas nas exportações. Desde o final de 2004 até março de 2007, o Brasil deixou de exportar 41 milhões de pares de calçados, devido ao aumento do preço do produto para compensar a defasagem da moeda americana. Somente no primeiro trimestre do ano, a queda foi de 7,5 milhões de pares. O aumento da TEC ajuda, mas não resolve os problemas dos exportadores dizem os analistas de mercado. O que resolveria é a implantação imediata de uma política industrial elaborada em cima de fatores como redução de custos trabalhistas, dos impostos e dos juros, "deixando o setor em igualdade de competitividade com seus concorrentes", argumentou Jacometti. Fonte: Netmarinha, 26 de abril de 2007
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