Preços pecuários em alta nos Estados Unidos

O aumento dos preços do milho e os problemas causados pelas tempestades de inverno sustentaram a reação dos preços pagos pelo boi gordo nos Estados Unidos. Os preços subiram tanto no mercado físico quanto no mercado futuro, de acordo com informações do Meat and Livestock Australia (MLA). O milho está em alta desde setembro de 2006. Em fevereiro os preços do grão alcançaram patamares 90% mais altos em relação ao mesmo período do ano passado. E ao contrário do Brasil, onde os bovinos são criados a pasto, nos Estados Unidos eles entram no cocho logo após a desmama, sendo que as dietas são de alto grão. Portanto, o aumento dos preços do milho tem forte impacto nos custos de produção de boi gordo nos Estados Unidos. Mas o milho e os problemas climáticos não são as únicas causas do aumento dos preços do boi gordo norte-americano. A redução dos pesos médios das carcaças também ajuda, pois coloca menos carne no mercado. Nesse caso, tem-se a influência do próprio aumento dos preços do milho, que levam os produtores a capricharem menos na suplementação, e o crescimento do abate de fêmeas. O “boom” do etanol nos Estados Unidos, que tem sustentado a reação das cotações do milho ao redor do mundo, causa forte impacto na produção de carnes, via aumento de custos. Sofrem, principalmente, as cadeias produtivas de carne de frango e de carne suína, mas sofrem também os produtores de carne bovina que se utilizam de sistemas intensivos, como acontece nos Estados Unidos. Aí saltam aos olhos as vantagens competitivas da carne bovina brasileira. Mais de 80% dos animais abatidos anualmente no Brasil são criados quase que exclusivamente a pasto, contando apenas com suplementação mineral. Aqueles que vão para o semiconfinamento ou confinamento o fazem ao final de suas vidas produtivas, quando chegam a 12, 13 ou 14 arrobas, apenas para terminação. No custo da arroba engordada, a maior participação, portanto, vem do ganho de peso a pasto. (FTR)
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