Assim como no Brasil, cadeia produtiva da carne bovina na Austrália também sofre com o câmbio

Um estudo da Scot Consultoria mostrou que, no período entre janeiro de 1999 e dezembro de 2006, a correlação entre a cotação do boi gordo em São Paulo e o dólar comercial alcançou 0,727. Correlações a partir de 0,7 são consideradas elevadas. É possível concluir, portanto, que o dólar exerce mesmo forte influência sobre a formação dos preços domésticos do boi gordo. Uma taxa de câmbio abaixo de R$2,20 por US$1,00, como se tem hoje no Brasil, não agrada ninguém. Não agrada os frigoríficos, notadamente os exportadores, pois a arroba em dólares fica cara. Conseqüentemente, aumenta a resistência à valorização da arroba em reais, o que prejudica os produtores. Na Austrália, a cadeia produtiva da carne bovina também sofre com a valorização da moeda local. As informações são do Meat and Livestock Australia (MLA). O dólar australiano (A$) atingiu a cotação mais alta, frente ao dólar norte-americano, dos últimos 10 anos, rompendo a barreira dos 80 cents. O MLA avalia que o câmbio pode levar a um aumento dos custos de aquisição de carne australiana por parte de consumidores de vários países, o que pode gerar uma pressão negativa de vendas, além de reduzir a margem dos exportadores. Como resultado, é quase certo que haverá uma tentativa de redução dos preços pagos aos produtores. Pode haver, logicamente, uma redução dos custos de produção, já que a aquisição de insumos importados tende a ficar mais barata. A questão é saber para que lado a balança irá pender mais forte. O MLA estima que caso o câmbio local siga em valorização, haverá uma perda da ordem de US$850 milhões para as exportações de carne bovina e gado em pé. Os preços pagos aos produtores de gado e ovinos podem sofrer uma retração da ordem de 8%. (FTR)
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