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Boicote argentino


Segunda-feira, 26 de março de 2007 - 09h36

Os pecuaristas argentinos voltaram a ameaçar o governo com a realização de um boicote por um período de dez dias, para protestar contra a intervenção oficial no mercado. Se até a próxima terça-feira (27 de março) o governo não der uma resposta às reivindicações do setor, as porteiras de suas fazendas ficarão trancadas e o país correrá o risco de ficar sem carne. Essa é a promessa dos líderes das principais entidades ruralistas, que estão irritados com a pressão do secretário do Interior, Guillermo Moreno. Os preços da carne vêm subindo nas últimas semanas a uma média de 25%. Alguns cortes já registraram aumentos de até 50%. No país onde o consumo per capita de carne bovina é de 60 quilos por ano, o nível mais alto do mundo, o preço do produto tornou-se uma dor de cabeça para governo, produtores e consumidores. As medidas do governo argentino para evitar a alta dos preços e garantir o abastecimento do mercado interno têm sido polêmicas. Desde o fim de 2005, o setor tem sofrido com barreiras para exportação de seus produtos e uma dura intervenção oficial no Mercado de Liniers, praça tradicional de negociação do boi em pé. A ingerência de Moreno, o "xerife" dos preços, como é chamado o secretário, provoca uma forte reação do setor agropecuário, que acabou abandonando Liniers e passou a negociar seus animais em um mercado paralelo. Moreno fixou novos preços para a comercialização que não são aceitos pelos produtores. O quilo do novilho, por exemplo, está tabelado em 2,50 pesos (aproximadamente US$0,80). Na terça-feira, as Confederações Rurais Argentinas (CRA) e a Federação Agrária (FAA) vão realizar assembléias para votar o novo boicote. Ambas as reuniões ocorrerão no mesmo horário e, pela primeira vez, a FAA vai transferir sua assembléia de Rosario para a capital, num gesto interpretado pelos analistas como a "maior prova do mal setorial". Em dezembro último, essas entidades, junto com a poderosa Sociedade Rural Argentina (SRA), que reúne os grandes produtores do país, realizaram um boicote de 8 dias. Fonte: O Estado de São Paulo. 26 de março de 2007.
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