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Balança comercial da pesca volta ao déficit


Terça-feira, 23 de janeiro de 2007 - 09h52

Considerado prioritário pelo governo federal, o setor de pesca e aqüicultura encerrou o ano de 2006 com resultados muito próximos aos obtidos antes do início do governo Lula. Problemas na produção interna, câmbio e novas exigências do mercado europeu levaram o setor a encerrar o ano de 2006 com saldo negativo na balança comercial - o primeiro déficit desde 2001. De acordo com dados da Secex, compilados pela Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap), o saldo da balança comercial de pescados ficou negativo em US$75,917 milhões no ano passado, ante um saldo positivo de US$102,752 milhões no ano anterior. As exportações registraram uma queda de 10%, para US$351 milhões - o pior resultado desde 2002, quando o país embarcou o equivalente a US$342,8 milhões. As importações, por sua vez, registraram um crescimento de 49%, para US$427 milhões - o maior apurado desde 1999. Conforme Karin Bacha, subsecretário de Desenvolvimento da Seap, no caso da lagosta - principal item da pauta de exportações - a redução das reservas naturais para captura provocou uma redução da oferta nacional, influenciando também os embarques. As vendas externas de camarão, por sua vez, foram influenciadas pela queda nos preços internacionais no segundo semestre do ano e pela redução da produção nacional devido ao surto de mancha branca, que atingiu o litoral de Santa Catarina, um dos principais pólos de carcinicultura. Conforme o Conselho Nacional de Pesca (Conepe), o preço médio do camarão exportado à Europa - principal bloco importador - caiu 25% no ano passado, em relação a 2005. "Os custos também ficaram mais altos, o que desestimulou as exportações. Mas agora a produção começa a ser retomada", afirma Bacha. Fernando Ferreira, presidente do Conepe, acrescenta como fator que pressionou as exportações a decisão tomada pela União Européia, em setembro, de aumentar o número de testes para detectar a presença de histamina (um indicador do frescor dos peixes). De acordo com Ferreira, as despesas das indústrias com testes de qualidade para exportação aumentaram em R$ 1,16 milhão para R$ 1,6 milhão ao ano. "Fechamos o ano com um resultado 20% menor do que o previsto e um dos principais fatores foi a dificuldade de exportar atum à Comunidade Européia, após a mudança nas regras fitossanitárias". De acordo com dados preliminares do Conepe, o faturamento das indústrias, que em 2005 foi de R$5 bilhões, ficou próximo a R$4 bilhões no ano passado. Desse total, R$3,2 bilhões foram obtidos com vendas no mercado interno. A produção de pescados - incluindo pesca e aqüicultura (cultivo em cativeiro) - ficou estimada em 1,2 milhão de toneladas, ante 1,008 milhão o ano passado. "O que as indústrias deixaram de exportar foi revertido para o mercado interno, o que também influenciou os preços no país", afirma Ferreira. Fonte: Valor Econômico. Por Cibelle Bouças. 23 de janeiro de 2007.
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