Revolução Verde na África

Neste domingo (21/01), durante o primeiro dia do Fórum Social Mundial, realizado em Nairóbi, capital do Quênia, a Fundação Rockefeller e a fundação dirigida por Bill Gates foram duramente criticadas. Recentemente, as duas instituições anunciaram a criação de uma Aliança para a revolução verde na África. O investimento seria de US$150 milhões e o objetivo é aumentar a produtividade das terras, distribuindo sementes híbridas, adubos e pesticidas aos agricultores africanos. Mas, de acordo com a organização Food First, as substâncias químicas presentes nos adubos e pesticidas provocam a perda da diversidade agrária, que é a base para a vida dos camponeses e equilíbrio ambiental. Segundo a ativista indiana Vandana Shiva, a revolução verde na Índia destruiu a terra mais rica do país e, onde antes eram plantadas até 250 variedades de semente, hoje são plantadas apenas três: milho, arroz e algodão. “Não produziu mais comida, só mais arroz e menos legumes". Acrescentou que a estratégia de Gates e Rockefeller servirá apenas para tirar totalmente as posses dos agricultores africanos. A ativista acrescentou ainda que "Os camponeses indianos se endividam para pagar as caras sementes e adubos e, com preços como os do algodão caindo, estão endividados. Mais de 150 mil agricultores suicidaram-se na última década devido ao desespero por suas dívidas; outros estão vendendo seus rins para pagá-las". A indiana ressaltou também que a revolução verde beneficiaria apenas as multinacionais de sementes, que geram um lucro de US$1 trilhão ao ano. O lema da sétima edição do fórum é “Outro Mundo é Possível” e são esperadas mais de 100 mil pessoas. Os debates, mesas-redondas e exposições, abordarão tópicos como violência contra as mulheres, direito à terra das populações indígenas africanas, promoção dos direitos humanos e um debate sobre ONGs e neocolonialismo. (FLI)
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