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Scot Consultoria

Brasil e Canadá contra os Estados Unidos


Segunda-feira, 22 de janeiro de 2007 - 09h37

O Brasil se juntou ao Canadá contra os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC) numa disputa que volta a alvejar subsídios agrícolas americanos. A Argentina, a Austrália e até a Guatemala decidiram também participar do contencioso. O Canadá acusa Washington de dar subvenções ilegais para os produtores americanos de milho. Mas a dimensão da queixa é bem mais ampla. Os canadenses reclamam que os EUA quebraram os limites dos subsídios autorizados igualmente para soja, trigo e açúcar. O Brasil foi o primeiro país a conseguir na OMC a condenação de subsídios agrícolas americanos, no caso do algodão. Essa briga prossegue, porque Brasília acusa os EUA de não haver retirado todas as subvenções consideradas ilegais. Na sexta-feira, a delegação brasileira em Genebra pediu formalmente para participar das consultas do milho, que é a primeira fase do mecanismo de disputa na OMC. O Brasil é o terceiro maior produtor de milho do mundo, aumenta suas exportações e se diz afetado por desvantagem desleal dada a produtores americanos. Segundo os canadenses, os EUA dão subsídios ilegais de quase US$9 bilhões por ano para várias commodities. Em entrevista em Washington, o subsecretário de Assuntos Econômicos do Ministério das Relações Exteriores explicou que o Brasil se preocupa com a possibilidade de que uma investigação sobre os subsídios do milho leve a OMC a reverter posições adotadas pelo comitê que investigou o caso do algodão. O novo confronto ocorre no meio de dificuldades para se romper o impasse da negociação agrícola na Rodada Doha, em boa parte por causa da resistência dos EUA de aceitar redução maior em seus subsídios domésticos. Além disso, Washington prepara a renovação de sua lei agrícola. Um estudo do Serviço de Pesquisa do Congresso Americano (CRS), órgão apartidário que prepara relatórios destinados aos parlamentares, alertou em novembro do ano passado que todos os principais programas de subsídios dos EUA para seus produtores de soja, algodão e milho, como também para arroz, sorgo, aveia, cevada e amendoim, eram vulneráveis de contestação na OMC. O estudo também mostrou que a proposta dos EUA na Rodada Doha de reduzir em 60% seus subsídios que mais distorcem o comércio traria uma redução modesta dos efeitos negativos provocados pela política agrícola americana nos mercados internacionais. Fonte: Valor Econômico. Por Assis Moreira e Ricardo Balthazar. 22 de janeiro de 2007.
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