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Índios cobram pedágio na transamazônica


Quinta-feira, 7 de dezembro de 2006 - 09h46

Reportagem do Jornal Nacional, veiculada no dia 6 de dezembro, trouxe o abuso dos índios que cobram pedágio nas estradas do norte do país. Com uma câmera escondida, a repórter flagrou um jovem índio anunciando o preço de R$20,00 cobrados para carros e entre R$60,00 a R$70,00 cobrados para caminhões que circulam na transamazônica. O esquema é organizado, inclusive com recibo ensaiando o que seria o logo da tribo. A prática é ilegal. E segundo informações, os índios ameaçam os motoristas que se recusam a pagar. Há casos de apropriação dos veículos de quem se recusa a pagar. A sociedade regional e técnicos, que frequentemente se deslocam para estas regiões, sabem que essa prática ocorre há anos, geralmente acompanhada de violência. Finalmente, essa realidade é apresentada à sociedade. Ainda assim, justificam as ações como um protesto contra a atual política. No entanto, independente do motivo, ninguém pode fazer justiça com as próprias mãos. Assim como diversos outros programas elaborados para defender comunidades mais necessitadas, o resultado da política indigenista brasileira acaba provocando efeito contrário ao proposto. No segundo artigo das diretrizes da FUNAI (Fundação Nacional do Índio) pode-se encontrar os seguintes parágrafos, dentre outros tantos: II - promover o reconhecimento das populações indígenas como etnias diferenciadas, respeitados sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições; VI - garantir às populações indígenas uma educação escolar diferenciada e que dê acesso aos conhecimentos e ao domínio dos códigos da sociedade nacional, a fim de assegurar-lhes a participação na vida nacional em igualdade de condições; Estes dois parágrafos trazem objetivos contraditórios e abrem espaço para diversas obscuridades, como o exemplo da cobrança do pedágio e a forma com que as autoridades prometeram tratar o caso: irão negociar!!! Os Índios fecharam uma estrada e estão extorquindo quem dela precisa. O dicionário Aurélio traz, como definição de extorsão, “O crime de constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intento de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer algo.” Quando alguém comete um crime, a polícia deve negociar ou restaurar a ordem? É evidente que há equívocos na atual política indigenista do País. Os mais prejudicados acabam sendo a própria população indígena. A cultura dos índios, que a FUNAI deveria defender, acabará se perdendo por diversas práticas inescrupulosamente incentivadas por gente que afirma defendê-los. A sua integração à sociedade, ocorrendo desta forma, acaba gerando conflitos que se traduzem em preconceito. Basta viajar ao norte do País para ver. Com isso, a FUNAI acaba não cumprindo nem um, nem outro de seus propósitos. Não protege a cultura e nem integra o índio à sociedade. Pra que serve? O Governo segue fingindo que gasta bem os recursos da sociedade e os indigenistas seguem acreditando que estão fazendo o bem aos índios. É a política do “me engana que eu gosto”. O produto final para esta receita é bem conhecido: conflito, miséria, ilegalidade. (MPN)
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