Apesar da oferta reduzida, frigoríficos seguem pressionando as cotações da arroba

O mercado do boi gordo trabalhou em ambiente firme entre meados de junho e meados de outubro de 2006. Nesse período, em várias praças, foram registradas as maiores valorizações da arroba desde o início do Plano Real. A partir do final de outubro, em função do aumento da oferta de animais terminados, o mercado começou a afrouxar. As chuvas fortes, acima da média, instigaram a venda do gado confinado. Além do mais, os frigoríficos haviam realizado muitas compras a termo, acumuladas para esse período, o que facilitou a derrubada dos preços. A partir da segunda semana de novembro, a disponibilidade de gado para abate voltou a diminuir. A maior parte do gado confinado já havia sido comercializada e, quem já tinha boi de pasto, relutava a vender mediante preços tão baixos. Mas o mercado se manteve em baixa. Dessa vez, em função do fraco desempenho do mercado atacadista de carnes (o equivalente físico, por exemplo, recuou 12% entre 10 e 28 de novembro) e de problemas no mercado externo (tentativas de renegociação de preços na Rússia e queda das cotações da carne bovina junto a alguns mercados), os frigoríficos reduziram o volume de animais abatidos diariamente, começaram a trabalhar com falhas e alguns até decretaram férias coletivas, para reduzir estoques e manter a pressão negativa sobre os preços do boi gordo. Essa é a situação atual. O mercado está em baixa, mesmo com a oferta relativamente reduzida. Em São Paulo já tem frigorífico apregoando, de balcão, R$50,00/@, a prazo, para descontar o funrural, pelo boi gordo. Vale lembrar que esse foi o preço médio registrado em junho deste ano, que, com base em valores corrigidos pelo IGP-DI, foi o mais baixo patamar já registrado para o boi gordo desde janeiro de 1970. O mercado ainda pode firmar em dezembro. Sobretudo se as vendas de carne se aquecerem, graças ao pagamento de salários (incluindo o 13º), e, principalmente, se o produtor mantiver a estratégia de venda compassada. (FTR)
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