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Scot Consultoria

Déficit nominal zero e as “alucinações” em torno dele


Sexta-feira, 8 de julho de 2005 - 14h23

Em jantar organizado para diversos congressistas, empresários e ministros, o deputado Delfim Neto apresentou a sua proposta de estabelecer, constitucionalmente, a meta de longo prazo para evitar que os juros da dívida aumentem o principal no longo prazo, o que vem ocorrendo. O raciocínio é simples. A sociedade brasileira se compromete, em constituição, a pagar integralmente os juros da dívida brasileira. Se o país tiver êxito, dentro de alguns anos (4 ou mais), haverá redução da necessidade de recursos para pagamento da dívida e, gradualmente, a taxa de juros passa a recuar naturalmente, pelo efeito da economia. O objetivo é reduzir a relação dívida e produto interno bruto. O plano, que tem a simpatia do Ministro da Fazenda Antônio Palocci, também trouxe diversas críticas. As principais delas, coerentes, é que haveria o risco de redução nos investimentos sociais e que poderia atrapalhar a meta de manter inflação em níveis baixos. Enfim, como bem colocou um senador de oposição ao governo, trata-se de um plano próximo ao ideal, que precisa ser melhorado. Observe que se trata de um projeto econômico elaborado por técnicos, apresentado aos quadros políticos nacionais de todos os partidos, discutido em debate e, principalmente, cujas soluções seriam de longo prazo. É este o tipo de política econômica que o país mais precisa. Falta ao Brasil políticas de longo prazo, apoiada por governo e oposição. Um dos maiores problemas do país é o imediatismo dos governantes. E tudo vem num momento crítico da política nacional. O que definitivamente não cabe mais no país é a alucinação coletiva que tomou conta dos grupos mais radicais, que se dizem de esquerda – se é que ainda é possível classificar ideologias políticas entre direita e esquerda. Segundo eles, o plano é uma “jogada das elites” que buscam manter os seus ganhos (pagamento dos juros) nos momentos de crise. Esse tipo de linha irracional atrapalha, e muito, o país. São pessoas que ocupam cargos de decisão, tem poder político, mas mostram-se completamente incapazes de entender a dinâmica da economia e as medidas que podem ser adotadas. Para eles, o plano, que evidentemente precisa ser melhorado, nem deve ir para a discussão. É a tática do “não entendi, não vou entender, então não serve”. Com base nas crenças deste tipo de alucinado, o país não evolui e fica refém de paradigmas de políticos despreparados, bons de discursos e que não possuem a capacidade de desenvolver noção alguma de políticas de longo prazo. É a incompetência chegando ao comando... e ainda afirmam defender o debate.(MPN)
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