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Scot Consultoria

UE exige que Brasil adote medidas sanitárias em três meses


Segunda-feira, 9 de outubro de 2006 - 13h07

A União Européia (UE) dará três meses para que o Brasil adote medidas concretas de controle fitossanitários para vários produtos alimentares, principalmente as carnes. Caso não o faça, o Brasil corre o sério risco de sofrer novas restrições para exportar ao mercado europeu. Esse será o recado que o comissário da Europa para Saúde Animal e Proteção ao Consumidor dará ao governo a partir de hoje, quando inicia sua primeira visita ao Brasil. O comissário afirma que irá a um churrasco durante sua viagem, mas garante que não hesitará em tomar medidas para bloquear a entrada da carne nacional em seu mercado caso alguns problemas já identificados não sejam resolvidos. O comissário deixou claro que usará sua missão para insistir que é dever do governo garantir que os produtos exportados estejam dentro dos padrões exigidos na UE. Uma das grandes preocupações é a questão de resíduos considerados perigosos para a saúde nos produtos alimentares brasileiros, que segundo o comissário o Brasil ainda não está nos padrões europeus. Os europeus já baniram alguns produtos brasileiros do mercado por causa da falta de um programa de combate a resíduos. Agora, o comissário explica que dará até 2007 para que o País adote as medidas necessárias se não quiser ter sua exportação de carne bovina, frango e pescados banidos. Segundo ele, a decisão sobre novas barreiras será tomada com uma visita de veterinários que ocorrerá ao Brasil no início do próximo ano. "Há anos que já tratamos desse tema e chegou a hora de o Brasil adotar o plano", afirmou. "Se a situação continuar, e se os padrões não forem atingidos, teremos de tomar medidas", alertou. Outro tema será a febre aftosa no rebanho brasileiro. Os europeus apontam que o atual embargo sobre São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul é considerado suficiente, mas que pode ser revisto a qualquer momento se novos focos forem encontrados. O comissário ainda tratará do tema do monitoramento de animais na fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina. Será cobrada a implementação de um sistema de rastreamento dos animais. No primeiro semestre, Bruxelas deixou claro que não estava satisfeita com o modelo brasileiro. O governo então adotou novas leis que serão também avaliadas na missão do começo de 2007. O comissário, porém, negou que as exigências sanitárias sejam formas para barrar os produtos competitivos do País, argumentos muitas vezes utilizados pelos produtores brasileiros. "Somos os maiores importadores de alimentos do mundo e, portanto, não há porque tomar medidas protecionistas. Precisamos importar porque não temos uma produção agrícola suficiente. Não temos o menor interesse em tomar outra medida que não seja com base na saúde do consumidor", afirmou. Ele ainda garantiu que todas as decisões na Europa são tomadas baseado em dados científicos. Fonte: O Estado de São Paulo. 06 de outubro de 2006.
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