Setor leiteiro busca uma saída para a crise no MS

Representantes de sindicatos rurais, associações e cooperativas de Mato Grosso do Sul estão realizando desde ontem, em Campo Grande, um encontro estadual dos produtores de leite, para discutir alternativas contra a crise enfrentada anualmente pelo setor devido, principalmente, aos baixos preços pagos aos pequenos produtores no período de entressafra. Anualmente, os produtores de leite sofrem os impactos da forte queda nos preços do litro do leite em decorrência do aumento da oferta do produto nos meses de chuvas, de outubro a fevereiro. Com mais leite disponível na entressafra, as indústrias pagam menos pelo litro aos produtores. Por outro lado, em período de seca, os valores pagos pela indústria tendem a crescer, uma vez que a disponibilidade de leite no mercado é menor. Diante da incapacidade de contornar as questões mercadológicas, já que a variação na oferta do produto depende de fatores climáticos, os produtores passaram, na tarde de ontem, a discutir outro fator definido pela Organização das Cooperativas Brasileiras em Mato Grosso do Sul (OCB/MS), como "um grande problema da pecuária leiteira do Estado": a falta de organização dos produtores. Segundo a OCB/MS, a produção de leite no Estado é realizada quase que exclusivamente por pequenos produtores que, individualmente, não possuem poder de negociação com os laticínios locais no momento de vender o produto. O resultado é o achatamento dos preços pagos aos produtores em função da desorganização do setor frente às oscilações de oferta. De acordo com levantamento da Scot Consultoria, o produtor sul mato-grossense recebeu em agosto R$0,469/litro, em média. Esse é o valor bruto, ou seja, incluído frete e imposto. Tal patamar ficou 12% abaixo do registrado em agosto de 2005, e há 3 meses os preços estão estáveis. Na tarde de ontem, os produtores e representantes de entidades rurais de diversos municípios de MS que participaram do evento puderam relatar as dificuldades enfrentadas nas diferentes regiões em que atuam e conheceram experiências produtivas implantadas em Minas Gerais – o Estado maior produtor do País – e em Goiás. Fonte: Correio do Estado, adaptado pela Scot Consultoria
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