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Scot Consultoria

Parmalat estreita laços com produtores


Terça-feira, 8 de agosto de 2006 - 13h00

A nova Parmalat, agora controlada pelo fundo de investimentos Latin America Equity Partners (Laep) e sem mais nenhuma ligação com a ex-controladora italiana de mesmo nome, planeja fortalecer seu segmento de leites especiais e para isso está lançando e reforçando programas de qualidade do produto recebido nas bacias leiteiras em que atua no País. A empresa, que capta atualmente 51 milhões de litros de leite por mês no Brasil e trabalha com 50% de sua capacidade instalada, formata um programa de substituição de matrizes leiteiras para produtores que entregam leite em suas cinco fábricas. "Hoje, há fornecedores com vacas que produzem 5 litros por dia, o que é uma média baixa", observa o diretor-superintendente de operações da Parmalat. Com a substituição por vacas de melhor genética - e com manejo correto -, a expectativa da Parmalat é que a produção diária alcance entre 15 e 20 litros de leite por animal. A idéia é que seja feito o descarte de três vacas com baixa produtividade, substituindo-as por uma de melhor genética. Inicialmente o programa prevê R$80 milhões em recursos para financiamento da compra das matrizes pelos produtores. A Parmalat, que será avalista da operação, negocia com instituições o financiamento. A empresa também vai ampliar um programa de qualidade do leite que existe desde 2001, o Parmaleite, mas que hoje está restrito a pouco mais de 300 produtores de Carazinho (RS), onde a empresa tem fábrica. O leite processado em Carazinho é captado na região Sul. Há ainda recebimento em Pernambuco, para a fábrica de Garanhuns; em Rondônia, para a unidade de Ouro Preto do Oeste; no Rio, para a fábrica de Itaperuna e em Goiás, para Santa Helena de Goiás. Dentro do Parmaleite, a Parmalat paga um prêmio de até 12% sobre o litro de leite entregue por produtores que cumprirem determinados requisitos de qualidade. A empresa, que fornece assistência técnica de zootecnistas, veterinários e agrônomos aos produtores, avalia itens como contagem bacteriana e de células somáticas, teor de proteína e gordura, acidez e temperatura. Hoje, o leite captado dentro do programa é destinado à produção de itens da linha Natura Premium (marca à qual a empresa obteve direito de uso em disputa em curso na Justiça com a Natura). Mas com a ampliação - a meta é atingir os 15 mil produtores que fornecem diretamente ou via cooperativas -, outras linhas também terão leite de maior qualidade, conforme o diretor-superintendente da Parmalat. O foco das medidas é conseguir ampliar a oferta de itens no segmento de leites especiais, que hoje responde por 10% a 15% dos volumes produzidos pela Parmalat. O plano é que esse percentual alcance 50%, sem estabelecer uma data para atingir esse objetivo. Hoje, essa oferta significa 10% do faturamento da área de lácteos, que deve alcançar R$877 milhões, ante R$762 milhões em 2005. Considerando todas as áreas de atuação, a receita da Parmalat deverá permanecer estável em R$1,072 bilhão este ano. A ampliação do Parmaleite visa fidelizar o produtor. Mas a iniciativa, assim, como o programa de substituição de matrizes, também quer fixar os produtores no campo e reduzir o impacto ambiental da atividade. A empresa quer, com essas estratégias, recuperar a participação que tinha no mercado e que perdeu para a gaúcha Elegê após a crise que a abalou. O controle acionário da Parmalat foi transferido para o Laep em maio passado, numa transação que envolveu a venda da Batávia, que era controlada pela Parmalat, para a Perdigão. A Laep tem contrato com a Parmalat italiana para utilização da marca no Brasil. Fonte: Valor OnLine. Agronegócios. 8 de agosto de 2006.
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