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Sem cana transgênica, País vai perder posição


Segunda-feira, 31 de julho de 2006 - 13h24

Segundo a ANBio (Associação Nacional de Biossegurança), um dos principais entraves para o comércio de cana-de-açúcar transgênica é a burocracia do Conselho Nacional de Segurança (CNBS), o que pode fazer o setor sucroalcooleiro brasileiro perder sua condição de líder para a Austrália. Especula-se que a não-liberação de organismos transgênicos deve-se ao fato de que os 15 conselheiros do CNBS sejam de diferentes ministérios. A constituição desse grupo, responsável pela liberação de OGMs (organismos geneticamente modificados), faz com que as decisões sejam parciais, já que seus membros estão diretamente envolvidos em questões e agendas políticas, além de visões e patrocínios diferentes. Além desse aspecto, existe a morosidade do conselho como uns dos impedimentos ao avanço da biotecnologia. O processo é bastante ideológico e não cumpre o papel de análise científica e sim o de discussões políticas, o que inviabiliza pedidos de ensaios e experimentos. A pesquisa sobre cana no Brasil está bastante avançada. Desenvolve-se a tecnologia, porém, sua liberação demora, por exemplo, cinco anos. As pesquisas, que são desenvolvidas desde 1997, poderiam ter chegado ao campo em 2001. No caso da cana, a tecnologia é muito mutável e, quando a aprovação do conselho sai, ela já está obsoleta. Outro fator acerca dos entraves no referido conselho, é com relação ao plantio da cana resistente ao glifosato (herbicida). Com o uso dessa variedade resistente, pode-se reduzir em 50% o uso do defensivo agrícola, além de possibilitar o uso de agroquímicos de menor toxicidade. A técnica poderia poupar o meio ambiente e os recursos naturais da poluição através do produto químico. Já a cana com maior teor de açúcar, que aumentaria a produção dos derivados, economizaria água e reduziria o impacto ambiental, também está parada no uso da tecnologia de restrição. É um contra-senso o governo investir se não fizer uma prospecção e liberar esse produto para população e para o agricultor. Por isso não há porque usar o recurso público para investir e depois impedir que esse produto seja utilizado no País. Segundo notícia publicada no Jornal de Piracicaba, especialistas não vêem um futuro muito promissor tanto para o campo de pesquisas quanto para o econômico, e estão bastante pessimistas quanto à previsão comercial para a cana transgênica. Se prosseguir o quadro atual, da forma como está sendo conduzido esse processo, não veremos tão cedo essa disponibilidade. O Brasil pode perder a condição de líder em cana com a lei atual. O problema não é competência científica, mas sim transformar a pesquisa em produto no mercado. (JGS)
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