Macarrão vai subir 15%

O preço do macarrão terá reajuste de 15%, em média, a partir deste fim de mês em todas as regiões do País, segundo informou hoje a Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima). O aumento foi motivado, conforme justificou a entidade, pela quebra da safra de trigo, tanto no Brasil quanto na Argentina, e pelas medidas anunciadas na semana passada pelo governo argentino, de limitar o embarque do cereal aos países do Mercosul. De acordo com a Abima, o reajuste já era esperado para esta época do ano, mas se viu agravado por esta medida de autolimitação. "É comum que, no período da entressafra, haja um aumento de preço da nossa matéria-prima principal, a farinha de trigo, mas este ano a situação foi agravada pela quebra de safra, tanto do trigo nacional como do trigo argentino, o principal fornecedor do grão para o Brasil", afirmou, em comunicado à imprensa, a presidente da associação. "As margens praticadas pela indústria do macarrão são muito estreitas e é impossível para o setor absorver os aumento de preços da matéria-prima sem repasse", acrescentou. A Abima destacou que, atualmente, a produção nacional de trigo supre apenas 40% do consumo anual do País, que é de 9,4 milhões de toneladas. O restante é, praticamente, todo importado da Argentina. "Com esta nova determinação do nosso país vizinho, os moinhos poderão ter que buscar trigo em outros países, como Estados Unidos e Canadá, que, além de preços maiores, tem o acréscimo da TEC (Tarifa Externa Comum) e o adicional de frete de marinha mercante, o que resulta num preço, em média, 25% maior", explicou a presidente da associação. Segundo a Abima, este fato preocupa a indústria brasileira de moagem, que já solicitou a extinção da tarifa de importação e suspensão temporária do adicional de frete para a entrada do cereal de fora da zona do Mercosul. Fonte: O Estado de São Paulo. Agronegócios, 30 de maio de 2006.
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