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Scot Consultoria

Pacote de ajuda à agricultura envolve R$75 bilhões


Sexta-feira, 26 de maio de 2006 - 13h05

Depois de muita pressão, o governo federal finalmente sai em socorro da agricultura. Foi anunciado um pacote de medidas para tentar amenizar a crise e conter a onda de protestos no campo. Na síntese, o pacote inclui R$50 bilhões em créditos para a nova safra, R$10 bilhões para a agricultura familiar, até R$10,6 bilhões em renegociação de dívidas e aumento de R$2 bilhões no volume de recursos destinados a financiamentos para capital de giro. Também foram reduzidos os juros cobrados em algumas linhas de investimento. Ao todo, o montante a ser disponibilizado com a implementação das medidas pode chegar a R$75 bilhões. A descrição completa do pacote está disponível no site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: http://www.agricultura.gov.br Pra quem acha que é muito, vale conhecer um pouco os números do agronegócio brasileiro. O PIB do setor, algo ligeiramente superior a R$537 bilhões, responde por quase 30% do PIB nacional. O agronegócio responde por 40% das exportações nacionais e por 37% dos empregos. É, sem dúvida, o motor da economia nacional. Lógico que o agronegócio não envolve apenas a agricultura e a pecuária. Pode-se dizer que é formado por 3 grandes elos: “antes da porteira” (indústrias de insumos), “dentro da porteira” (fazendas – agricultura e pecuária) e “depois da porteira” (indústrias de transformação e distribuição). Mas o coração do setor é justamente o elo denominado “dentro da porteira”. Hoje, o que mais precisa de ajuda e o principal contemplado pelas novas medidas do governo. Vale ressaltar que o socorro oferecido pelo Planalto ameniza, mas nem de longe resolve os problemas da agropecuária nacional. Políticas de longo prazo, que visem atuar principalmente sobre os gargalos de logística e infraestrutura, barreiras tarifárias e não tarifárias, legislação tributária obtusa e abusiva, gestão (informação) e seguro rural, seriam muito bem vindas. É verdade que, frente à situação atual, medidas de curto prazo se fazem urgentes e necessárias. Porém, adotar como estratégia a liberação de esmolas, toda vez que o campo atravessa uma crise, não parace ser a melhor opção. O agronegócio e o País precisam de muito mais do que isso. (FTR)
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