Foto: Bela Magrela
A safra brasileira de soja 2024/2025 atingiu um marco histórico. Segundo o oitavo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado em 15 de maio e analisado pela Scot Consultoria, a estimativa de produção alcançou 168,3 milhões de toneladas — um aumento de 472 mil toneladas em relação ao relatório anterior. É a maior produção desde 1976, impulsionada pela recuperação da produtividade, expansão da área plantada, clima favorável e uso de boas práticas agrícolas.
A colheita está praticamente concluída, com 97,7% das lavouras colhidas até o início de maio. Do total produzido, 60,7 milhões de toneladas devem ser consumidas internamente em 2025 — alta de 8,2% em relação à safra anterior, puxada pela demanda da indústria de óleo, farelo, alimentação animal e biocombustíveis. A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE) projeta o processamento de 57,5 milhões de toneladas, 3% acima da última safra. Já a Agência Nacional do Petróleo (ANP) apontou que 2,19 bilhões de litros de óleo de soja foram destinados à produção de biocombustíveis entre janeiro e abril deste ano, crescimento de 7,8%.
No mercado externo, o Brasil segue consolidando sua posição de liderança. As exportações de soja em grão até abril somaram 37,4 milhões de toneladas, superando os volumes registrados no mesmo período dos três anos anteriores. Mesmo com o aumento dos estoques finais — estimados em 2,95 milhões de toneladas, os preços seguem firmes, sustentados pela alta demanda internacional e prêmios de exportação positivos. No radar, o comportamento climático nos Estados Unidos e a estratégia da China nas próximas compras seguem como fatores-chave para o mercado.
Um ponto de atenção é o impacto da influenza aviária no Rio Grande do Sul, que pode afetar indiretamente a cadeia da soja, especialmente o uso do farelo na alimentação animal. Ainda assim, o setor se mantém resiliente. Segundo o Sindirações, 24,7% e 19,5% do farelo de soja devem ser destinados, respectivamente, à alimentação de frangos de corte e poedeiras em 2025. A demanda aquecida, tanto interna quanto externa, contribui para a estabilidade dos preços da oleaginosa.
Matéria originalmente publicada em: Conab confirma produção histórica de soja no Brasil e aponta demanda aquecida no mercado interno e externo
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