Foto: maissoja.com.br
Pelo segundo dia consecutivo, os preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) recuaram. Ao longo do pregão desta última quarta-feira (16/08), as cotações do cereal ampliaram as perdas e finalizaram o dia com desvalorizações entre 2,00 e 2,75 pontos. O setembro/17 era cotado a US$3,52 por bushel, enquanto o dezembro/17 operava a US$3,66 por bushel.
"Os futuros do milho e da soja foram menores hoje pressionados pelo bom tempo para o desenvolvimento das culturas em todo o Meio-Oeste dos EUA. Tanto o milho, quanto a soja atingiram nos níveis mais baixos desde o final de junho", destacou a Reuters internacional.
De acordo com o site internacional Farm Futures, chuvas se deslocaram pelo cinturão produtor de milho na manhã desta quarta-feira ocasionando precipitações mais fortes a oeste do Mississippi. Nos próximos 8 a 14 dias, o NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - indica chuvas acima da normalidade no Meio-Oeste do país.
No mesmo período, as temperaturas ficarão acima da média em grande parte do cinturão de produção. As previsões trazem alívio ao mercado após um julho de bastante instabilidade climática, em um momento crucial para as lavouras do cereal, a polinização.
Ainda conforme o site Farm Futures, o mercado já estava pressionado pela melhora indicada no índice de lavouras em boas ou excelentes condições. No início da semana, o USDA elevou para 62% o número de plantações em boas ou excelentes condições.
Mercado brasileiro
No mercado brasileiro, a última quarta-feira (16/08) foi de estabilidade em grande parte das praças pesquisadas pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes. No Oeste da Bahia, a saca subiu 4,35% e fechou o dia a R$24,00. Na região de Não-me-toque (RS), o ganho foi de 2,38%, com a saca a R$21,50.
Em contrapartida, em São Gabriel do Oeste (MS), a queda foi de 3,33% e a saca encerrou o dia a R$14,50. Já no Porto de Paranaguá, a saca futura de milho caiu 1,82% e terminou o dia a R$27,00.
Os especialistas ainda reforçam que as cotações do cereal permanecem pressionadas com o aumento da oferta ocasionado pelo avanço da colheita da safrinha. No maior estado produtor, o Mato Grosso, a colheita já está completa em 98,42% da área semeada, segundo dados do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).
Enquanto isso, no Paraná a colheita chega a 81,0%, conforme levantamento realizado pelo Deral (Departamento de Economia Rural). Em torno de 97,0% das lavouras estão em fase de maturação.
"Porém, as quedas desde meados de julho foram menores, limitadas pela maior movimentação para exportação. A média diária embarcada em agosto (até a segunda semana) foi 77,4% maior que a média de julho deste ano e 76,0% acima do registrado em igual período do ano passado", reportou a Scot Consultoria.
Com isso, em curto e médio prazo, a consultoria estima que os preços se mantenham mais firmes devido às exportações que tendem a aumentar. A perspectiva é que sejam exportadas mais de 28 milhões de toneladas nesta temporada, de acordo com as projeções oficiais.
Os leilões da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) também segue no radar dos participantes do mercado. Nesta quinta-feira (17), a entidade oferta mais 240 mil toneladas de milho através do leilão de Pep (Prêmio para Escoamento de Produto) e mais 578 mil toneladas por meio do Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural).
BM&F Bovespa
Na bolsa brasileira, as cotações encerraram a sessão desta quarta-feira do lado negativo da tabela. As principais posições da commodity exibiram quedas entre 0,33% e 1,13%. O setembro/17, referência para a safrinha, era cotado a R$27,85 a saca. E o novembro/17 finalizou o dia a R$28,75 a saca.
Além da influência de Chicago, a queda do dólar também pesou sobre os preços. A moeda norte-americana encerrou o dia a R$3,1463 na venda, com perda de 0,84%. "O câmbio caiu após a ata do banco central norte-americano sinalizar maiores preocupações com a inflação fraca, o que pode esvaziar de vez as apostas de nova alta de juros nos Estados Unidos este ano, e depois da revisão das metas fiscais no Brasil", informou a ReutersLink da notícia:
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