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Scot Consultoria

Preço do bezerro subiu três vezes mais que o boi gordo no Tocantins em um ano, aponta consultoria


Sexta-feira, 26 de junho de 2015 - 10h35

A procura por animais de reposição está alta no Estado do Tocantins, mas a oferta está reduzida, gerando uma valorização do bezerro e uma resistência por parte dos compradores de realizar negócios. A constatação é da Scot Consultoria.


Os pastos no Estado estão em boa situação, o que motiva os compradores a procurar os animais e dá condição aos vendedores de postergar as vendas. A procura de animais de reposição no Tocantins está aquecida, o que causa um desajuste com a oferta, que segue reduzida. Com isso, os compradores ficam resistentes aos preços praticados e o volume de negócios concretizados segue em baixa.


No último ano, a valorização média dos animais de reposição no estado foi de 49,4%, com o bezerro de ano tendo a maior alta do período (59,1%), sendo negociado, em média, a R$ 1.440,00. Por outro lado, a arroba do boi gordo valorizou apenas 17,4% no mesmo período, prejudicando a relação de troca.


"Hoje é possível comprar 1,53 bezerro de ano com o valor da venda de um boi gordo (16,5 arrobas) no estado. Em junho do ano passado, a relação de troca estava em 2,07. Ou seja, houve redução de 26,2% no poder de compra do pecuarista em relação ao bezerro nos últimos 12 meses", afirma a Scot Consultoria, em nota.


Demandas


No Brasil, devido às dificuldades econômicas, os consumidores estão alterando seus hábitos de consumo, deixando de consumir carne de boi e indo em busca de opções mais baratas, que é o caso da carne suína e de frango. Mesmo aqueles que ainda compram carne bovina mudaram de hábito, priorizando cortes dianteiros do que traseiros, que são carnes mais nobres.


No cenário internacional, os nossos principais compradores, Rússia e Venezuela, diminuíram suas aquisições, também por conta de problemas na economia. O resultado é um recuo de 14% das exportações de carne no acumulado de janeiro a maio em termos de volume e um recuo de 18% no faturamento, de acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).


Frigoríficos


Talvez a divisão que vem sofrendo mais com a situação sejam os frigoríficos, cujas margens de lucro estão prejudicadas desde o ano passado. A fraca demanda do mercado atacadista está impossibilitando as indústrias de repassarem ao consumidor a elevação dos custos, principalmente o aumento do preço da arroba, que já subiu 21,7% nos últimos 12 meses.


Além de prejudicar o consumo, a recessão econômica também elevou os custos de produção, por conta do aumento do preço da energia e dos combustíveis. Para tentar aliviar a situação, os frigoríficos estão recorrendo a duas medidas: reescalonamento da capacidade operacional, com redução no número de abates e demissões, e pressionando os vendedores a baixarem as cotações.


Dados da consultoria Agrifatto mostram que foram fechadas 40 plantas frigoríficas somente neste ano, entre pequenas e grandes. O número está muito próximo ao verificado em 2009, quando cerca de 52 plantas encerraram suas atividades. O estado de Mato Grosso do Sul registra a situação mais grave, com 1,5 mil demissões até o momento, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).


No lado das compras, os frigoríficos estão pressionando os produtores, buscando pagar menos que os preços de mercado. A situação chegou a um ponto extremo em que, na última terça, dia 15, o preço oferecido pelo boi foi reduzido em até R$ 5 por arroba.


Pecuaristas


Na outra ponta da situação estão os pecuaristas, que veem a arroba do preço do boi gordo subir 21,7%, mas enfrentam uma valorização de 31,6% no preço do boi magro e de 34,7% no preço do bezerro, prejudicando o poder de compra daqueles que trabalham com recria e engorda. A restrição no tamanho do rebanho é o principal motivo para a alta nos preços. Considerado o segundo maior do mundo, o rebanho brasileiro sofreu uma redução de 2,5 milhões de cabeças nos últimos quatro anos, com muitos produtores abandonando a atividade e transformando suas fazendas em lavouras de produtos rentáveis, como a soja.


Com os frigoríficos realizando programação curtas de abate, para forçar uma queda de preços, os pecuaristas estão resistindo a entregar boiadas em praças com os preços abaixo da referência, forçando a alta. (Informações Canal Rural)


Fonte: Portal Norte Agropecuário. Publicado em 25/06/2015 - http://www.norteagropecuario.com.br/noticias/733-pre%C3%A7o-do-bezerro-subiu-tr%C3%AAs-vezes-mais-que-o-boi-gordo-no-tocantins-em-um-ano,-aponta-consultoria.html



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