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Scot Consultoria

Boi: Pressão de alta no físico limita poder de barganha da indústria


Quinta-feira, 19 de março de 2015 - 18h23

São Paulo - A oferta restrita de animais prontos para o abate e a necessidade pontual de recomposição de escalas dão sustentação aos preços da arroba nesta semana. Ontem, como toda segunda-feira, não foi registrada negociação significativa no mercado físico, mas quem precisar voltar às compras hoje tende a pagar mais para conseguir preencher as escalas. Segundo a Scot Consultoria, ainda que o preço de referência se mantenha nas principais praças, as pedidas de compra costumam superar em R$ 1/arroba esse valor. Em São Paulo, a consultoria apontou estabilidade, com a arroba a R$ 145/arroba à vista e R$ 146/arroba a prazo. O indicador Cepea/Esalq encerrou o dia a R$ 144,86/arroba, em queda de 0,30%. 


Boi – indicador do preço disponível ESALQ/BM&F em SP


Apesar da pequena oferta, frigoríficos resistem a aceitar valores maiores. As vendas no atacado não reagem e o consumo de carne bovina costuma desacelerar na segunda quinzena do mês. O ritmo de exportação também caiu. A média diária de exportação nas duas primeiras semanas do mês foi de 3,9 mil toneladas, volume 15% inferior à média verificada em março de 2014, que foi de 4,6 mil toneladas/dia, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Ontem, a Scot apontou estabilidade nos preços do atacado. O quilo do boi inteiro segue a R$ 8,51, o traseiro é cotado a R$ 10,80 e o dianteiro, a R$ 6,40. 


Boi – mercado interno (em R$/arroba a prazo)


"A indústria seguiu brigando por preço", contou Hyberville Neto, analista da Scot Consultoria, sobre a comercialização nesta segunda-feira. A Informa Economics FNP, em seu levantamento diário, também destaca que a indústria frigorífica está "reticente em aceitar pagar preços mais altos diante da insegurança em relação ao comportamento do mercado atacado/varejo no curto prazo". Apesar disso, acrescenta, as escalas de abate permanecem "curtas e falhas", e apenas garantem o funcionamento mínimo.

Representantes do setor produtivo destacam a preocupação com o fato de que os preços altos da carne começam a restringir o consumo. "A inflação está alta e o consumidor interno tem migrado para proteínas alternativas", afirma Bruno Andrade, gerente-executivo da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), ao Broadcast. "Sentimos que o mercado interno chegou ao limite e já está diminuindo o consumo de carne bovina."

Mesmo com essa preocupação, a Assocon, que ontem divulgou o primeiro levantamento de intenção de confinamento em 2015, espera crescimento na terminação de animais em cocho. Segundo estudo da entidade, o confinamento de bovinos deve aumentar quase 8% em 2015, impulsionado pelos preços atrativos da arroba no primeiro semestre. Estima-se que haverá um total de 4,478 milhões de animais confinados no País em 2015.

Na BM&FBovespa, o contrato com vencimento em maio, com 702 negócios no dia, fechou a R$ 146,38/arroba, queda de R$ 0,47 ante o fechamento de sexta-feira. 


Boi – ESALQ x BM&F (em R$/arroba)


Boi/BM&F (em R$ por arroba)


 


Fonte: Broadcast - Agência Estado, por Renato Oselame - renato.oselame@estadao.com. Publicado em 17/03/2015.



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