As exportações brasileiras de carne bovina tiveram um aumento de 50% no período de janeiro a abril deste ano, mesmo com toda a crise da indústria frigorífica. A tendência é de que, no segundo semestre, os preços do boi gordo voltem a se recuperar e as dificuldades diminuam. 
Este posicionamento foi defendido por especialistas ontem durante o 2º Seminário Estadual de Pecuária de Corte, realizado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), dentro da Programação da 64ª Exposição Agropecuária. 
De acordo com o engenheiro agrônomo da 
Scot Consultoria, Alcides Torres Junior, se não ocorrerem outras quebras de frigoríficos e falências de mais bancos americanos, a tendência do mercado será de franca recuperação. Mas ele alerta que, no segundo semestre, quando o gado de confinamento estiver pronto para o abate, os produtores devem ter cautela para não fazer com que os preços da arroba caiam. 
Para 
Torres, a atual crise da indústria frigorífica fará com que a maneira de comercializar gado nos próximos anos mude drasticamente. 
“Nunca houve tanta quebra de frigoríficos ao mesmo tempo. Isso fez com que o produtor fosse duramente prejudicado e o está instigando a mudar a forma com que negocia o seu produto”, analisa. 
Ele enfatizou a necessidade dessas indústrias voltarem a abater para que o mercado não sofra com monopólios nos próximos anos. 
Torres acredita que a recuperação judicial ainda é muito melhor do que a concordata, pois permite, até mesmo, que dívidas de investimento sejam negociadas pela indústria ao longo do tempo. “A situação do produtor é grave, mas se essas indústrias quebrarem, daqui a cinco anos teremos um mercado altamente concentrado.” 
Fonte: 
O Popular. 20 de maio de 2009.
    
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