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Scot Consultoria

Mercado bovino só normaliza em 2009

Mercado bovino só normaliza em 2009


Animais de reposição estão com preços em alta, impulsionados pela escassez de oferta. No Paraná, bezerros de oito a 12 meses estão cotados, em média, a R$650,00. Praticamente o dobro em relação há dois anos. A conta clássica do pecuarista de vender um boi gordo e repor com dois bezerros, está a um passo do desuso. Em Paranavaí, até o meio de junho, a arroba estava em R$92,00. Uma rês terminada com 16 arrobas, vendida a R$1.472,00, fecha os cálculos por pouco. O Departamento de Economia Rural (Deral) aponta que o momento valorizou o preço de abate da fêmea, hoje em média, a R$85,00 a arroba. 'Historicamente a variação entre boi e vaca é de 10% e o mercado está abaixo disso', comenta o analista de conjuntura de corte Adélio Ribeiro Borges. O pecuarista que investe em cria, recria e engorda está em relativa vantagem porque o custo da reposição é mais em conta. Mas isso não ameniza a dificuldade de encontrar produtos no mercado. O rebanho paranaense retraiu 10% devido ao excessivo abate de matrizes entre 2006 e 2007. Com atuais 9,4 milhões de exemplares, o Estado já importa novilhas de Rondônia, a preços mais baratos, na tentativa de suavizar o déficit de animais. De acordo com dados da Scot Consultoria, de São Paulo, nos últimos dois anos, a arroba do boi gordo variou no Brasil 88,85% e no Paraná 97,40%. De junho 2007 até agora, 56,45% no Brasil e no Paraná, 56,52%. O pecuarista e diretor do Instituto Pró-Carne, Paulo Leonel, avalia o momento não de alta de valores e sim de retomada do prejuízo conquistado em anos anteriores, como em novembro de 2004, quando a arroba desceu a R$63,50. 'Os insumos dobraram de preço e são calculados em dólar. No passado, com a alta da moeda, ninguém fechou as contas no final do mês e muitos quebraram ou se desfizeram do patrimônio para não sucumbir. Como frigorífico não paga plus pela carne, a recuperação de preços é a nossa chance de voltar a respirar'. Leonel prevê um ganho real com lucro para o pecuarista somente em 2009, já que o volume minguado de bezerros e boi pronto vai continuar até que os rebanhos se restabeleçam. 'Os animais que estão começando a nascer e a retração da prática de abate de matrizes deve normalizar a oferta em três anos. A tendência é de preços firmes para os animais de reposição e para o boi gordo, pelo menos até 2009, que é o tempo mínimo estimado para recuperação do rebanho', calcula. O repasse de preços para o consumidor já começou por causa da baixa oferta. Segundo o Disque-Economia, serviço de pesquisa de preços em Curitiba, o coxão-mole variou 21,78%, na média, entre 21 de maio e 17 de junho. Dezesseis supermercados foram pesquisados. O quilo mais em conta saiu por R$10,98 e o mais caro por R$13,59. Salto de 23,77%. 'Com a geada dos últimos dias os pastos foram prejudicados e este fato pode também influenciar o valor da carne. O reflexo deve ser sentido daqui duas semanas, já que o comércio mantém um certo estoque', avalia o coordenador do serviço, Henry Paulo Lira. Já o diretor do Pró-Carne defende que os frigoríficos podem manter os preços como estão por deterem o maior lucro do varejo. 'Para cair o preço, só eles lucrando menos', diz. Ele alerta que, 'não vai faltar carne no mercado interno por causa da exportação porque o pecuarista nunca dependeu desta prática. Cerca de 18% do que é produzido no País vai para fora e apenas alguns grupos são beneficiados. No açougue pode cair o volume, mas o churrasco está garantido'. Para o pecuarista José Eduardo de Andrade Vieira, de Londrina, 'o que pode segurar o preço da carne bovina, é uma maior oferta de suíno e frango e isso deve acontecer em breve, porque estas carnes também estão valorizadas e os plantéis recebendo investimentos constantemente', analisa. Fonte: Folha de Londrina. Por Cláudia Palaci. 22 de junho de 2008. << Notícia Anterior Próxima Notícia >>
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