• Sábado, 27 de abril de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Leite: preço cai mais de 6% em setembro, no primeiro recuo do ano


Terça-feira, 30 de outubro de 2007 - 16h04

Após dez meses de altas consecutivas, os preços do leite pagos ao produtor caíram mais de 6% em setembro, de acordo com dados divulgados hoje pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) e pela Scot Consultoria. No primeiro recuo de 2007 e após uma alta superior a 60% no ano, a cotação média nacional dos sete estados pesquisados pelo Cepea passou de R$0,80 o litro, em agosto, para R$0,7495 o litro no mês passado, queda de 6,3% ou de R$0,05 o litro. Já a Scot apontou um recuo de 6,58% no preço ao produtor na média dos 17 estados avaliados pela consultoria, que fechou setembro em R$0,718 o litro. A queda, de acordo com os analistas, é resultado apenas do aumento da oferta do produto e da queda no consumo após as altas. Ou seja, ainda não é possível apontar uma eventual queda no consumo (e nos preços) após da Operação Ouro Branco, da Polícia Federal, que apura fraudes no leite desde a semana passada. A tendência é de que o aumento das chuvas nas grandes regiões produtoras melhore os pastos e aumente oferta de leite. Com isso, de acordo com o Cepea, 93% dos agentes de mercado apostam que o preço volte a recuar este mês. Já para a Scot Consultoria, o índice dos que apostam na queda dos preços ao produtor em outubro chega a 91%. "As chuvas melhoram a produção e preços caem mesmo. O volume vai crescer bastante e ainda é cedo para quantificar sobre as fraudes, pois os laticínios fecham os preços só no final do mês", disse Cristiane de Paula Turco, da Scot. As maiores quedas no preço do leite em setembro, superiores a R$0,10 o litro de acordo com o Cepea, foram registradas nos estados de Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Já em Minas Gerais, estado onde a estiagem ainda se prolongou, o recuo foi de pouco mais de R$0,01, com o preço médio passando a ser o maior entre os estados pesquisados, de R$0,8144 o litro. Em Goiás, a média foi de R$0,7896 o litro, em São Paulo, de R$0,7384 e no Rio Grande do Sul o litro foi cotado a R$0,6574. Um dos motivos para a desvalorização mais acentuada no Rio Grande do Sul e menor em Minas Gerais pode ter sido aumento de 10% da produção gaúcha e de 4% na mineira. De maio a setembro deste ano, apesar da seca prolongada, o volume captado pelas empresas aumentou praticamente 32%, elevação expressivamente maior que as observadas em anos anteriores - em 2006, de 15,1% e em 2005, de 17,4%, segundo o Cepea. Já a Scot Consultoria apontou também uma disparidade no porcentual do recuo nos preços nos diferentes estados avaliados. Enquanto no Mato Grosso do Sul a queda em setembro ao produtor chegou a 14,94% no preço do leite, em Pernambuco ela foi de 0,53% e chegou a 1,38% na Bahia. Em Minas Gerais, maior produtor do País, o recuo no preço foi de 5,19%. Outro fator apontado pela consultoria foi que a queda no consumo de lácteos após os sucessivos aumentos nos preços fez com que os supermercados comprassem menos e as indústrias, conseqüentemente, ampliassem estoques. Em relação aos preços mais altos do ano, o leite longa vida (UHT) já recuou 34% no atacado e 27,5% no varejo, de acordo com a Scot. O Cepea aponta que no mercado atacadista paulista, os preços dos derivados lácteos recuaram de forma mais intensa em setembro. A desvalorização média entre os produtos pesquisados pela entidade foi de 8,5% em relação a agosto. A maior queda, de 19,6%, ocorreu para o leite UHT, que passou de R$1,68 em agosto para R$1,35 o litro em setembro. Já a menor, de 4,8%, foi observada para o leite pasteurizado, de R$1,25 para R$1,19 o litro. Fonte: Agência Estado. Por Gustavo Porto. 30 de outubro de 2007.
<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>
Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja