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Scot Consultoria

Brasil tem que se impor no mercado internacional de carne, diz consultor


Segunda-feira, 1 de outubro de 2007 - 08h48

O Brasil, apesar de ser o maior exportador de carne bovina do mundo, não consegue se impor nas negociações com o seu cliente no mercado internacional. A opinião é do consultor de mercado da Scot Consultoria, Fabiano Ribeiro Tito Rosa que falou sobre as Tendências e Desafios da Pecuária de Corte, na última quinta-feira (27/09), no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso. A palestra promovida pela Famato, em parceria com as empresas Dow Agrosciences, Dominum e Agro Amazônia, reuniu cerca de 80 produtores rurais e profissionais do mercado no estado. “O país não está sabendo atender de maneira correta este cliente. Falta negociar melhor algumas questões”, avaliou Tito Rosa. Segundo ele, toda vez que uma missão técnica da União Européia conclui uma visita ao Brasil, ela faz uma série de reivindicações e aponta vários erros no setor. Os brasileiros, por sua vez, dizem sempre que vão resolver o problema, mas não fazem nada de concreto. “Além de não resolver, não esclarece que o problema é de difícil solução e que é possível tentar encontrar outro caminho. Da mesma forma que temos que realmente buscar atender as exigências do nosso cliente temos, como maior exportador de carne do mundo, saber sentar, negociar e impor nossas vontades”, criticou o consultor. Ele diz que em relação a rastreabilidade do rebanho, uma das principais exigências da União Européia, é preciso criar um sistema que se encaixe à nossa realidade e que da mesma forma atenda os europeus. “A gente tem que saber encontrar o meio termo, nem tanto cá, nem tanto lá”, propõe. Tito Rosa lembra que a UE tem um déficit muito grande de carne bovina. Entre o que produz e consome, faltam por lá mais ou menos 60 mil toneladas de carne. “Isso dá uma segurança muito grande para o Brasil como maior fornecedor do produto, mas é óbvio que a gente não pode relaxar”, observou o consultor de mercado. Desafios O principal entrave hoje no Brasil para ampliar o mercado externo ainda é a sanidade animal, a febre aftosa. Tito Rosa disse aos pecuaristas mato-grossenses - que detém um índice de quase 100% de vacinação do rebanho bovino - que o país tem que adotar o melhor modelo de controle e combate da doença para, assim, ter respaldo e negociar a abertura de mercado. “A questão da rastreabilidade também é um obstáculo para atender o nosso principal comprador que é a União Européia, e ainda temos os problemas de coordenação e relacionamento entre os elos da cadeia, principalmente, entre os produtores e frigoríficos”, constatou o consultor durante a palestra. Segundo ele, isso só vai se resolver com a maior organização dos produtores e a conseqüente negociação de igual pra igual com o frigorífico. “A formalização desta relação via contrato, com garantia de preço diferenciado para o produto de qualidade, entre outras coisas, vai evoluir para um melhor relacionamento entre os elos”, garantiu Tito Rosa. Para ele, o Centro-Norte do país vai ser um pólo de produção de carne bovina para o mundo, mas o setor ainda precisa resolver gargalos como investir em tecnologia do boi a pasto e usar o confinamento de forma estratégica. As perspectivas para a pecuária de corte são muito positivas, com um mercado comprador e, segundo Fabiano, não existe nenhum país que produza carne de forma tão competitiva quanto o Brasil e este cenário tende a se estender ao longo dos próximos anos. ”Para aproveitar este cenário, a gente precisa trabalhar para resolver os entraves: sanidade, rastreabilidade, coordenação e relacionamento entre os elos da cadeia. E isso não pode demorar”, disse Tito Rosa em tom de alerta ao setor. Fonte: 24HorasNews. 28 de setembro de 2007.
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