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Scot Consultoria

Oferta de animais confinados derruba preço do boi


Segunda-feira, 10 de setembro de 2007 - 09h05

A entrada de animais confinados no mercado já derrubou os preços do boi gordo no Brasil Central, Sudeste e Centro-Oeste. Nos últimos 15 dias, a arroba caiu, em média, 4%. Com isso, a carne deve diminuir a pressão sobre a inflação. No ano, os preços dos animais haviam se valorizado cerca de 25%. O alívio momentâneo para os frigoríficos - e para o consumidor - pode significar, no entanto, uma "segunda entressafra". Isso porque estima-se que não haja um segundo turno de confinamento grande devido aos custos de produção mais altos registrados em agosto. A valorização do milho, sobretudo, vai diminuir a oferta de carne. Com isso, a indústria terá de esperar a safra - com a volta das chuvas - para se abastecer. Isso significa que as cotações do boi gordo poderão voltar a picos de preço como os registrados na entressafra, quando chegou a R$66 a arroba em São Paulo. "Houve uma antecipação do fim da entressafra e isso significa que vamos ter uma baixa nos preços de carnes no atacado em setembro, cedendo a pressão sobre a inflação nos índices do final de outubro e início de novembro", diz Fábio Silveira, economista da RC Consultores. "Os frigoríficos estão com as escalas mais confortáveis com a entrada do boi confinado", diz Fabiano Tito Rosa, analista da Scot Consultoria. Ele acredita que cerca de 40% do previsto para o confinamento - estimado em 2,5 milhões de animais - está chegando às indústrias agora e o restante seria comercializado em um segundo turno - entre outubro e novembro. No entanto, a alta dos preços dos insumos poderá fazer com que este segundo turno não ocorra ou seja em menor volume. "Os custos mais elevados fizeram o produtor antecipar o abate", afirma Paulo Molinari, analista da Safras & Mercado. As consultorias estimam que os custos tenham aumentando, em média, 20%. A falta de oferta dos produtos estaria impulsionando as cotações dos insumos para o confinamento. Em Goiás - estado com maior volume de animais no cocho - o preço do milho chegou a R$19,50 no mês passado. Para os analistas, as indústrias poderão ter problemas mais à frente. "Talvez não se confirme o confinamento recorde, diante de um custo mais alto", diz Molinari. O analista da Scot Consultoria lembra que o tempo está seco e a previsão é que as chuvas atrasem, o que indicaria retardo na entrada de animais da safra nova. Ou seja, em breve, pode voltar a escassez de gado devido ao confinamento menor que o esperado e ao atraso nas precipitações. Molinari acredita que, se esse quadro se confirmar as cotações podem voltar aos patamares de agosto, quando chegou ao pico de R$66 a arroba na primeira quinzena em São Paulo. Os analistas lembram que, diferentemente do ano passado, neste ano houve um maior escalonamento dos animais confinados. No ano passado, a entrada de boi de cocho no mercado e a volta das chuvas fizeram com que as cotações caíssem R$4 em 15 dias ou 7% no período. A desvalorização da arroba do boi não tem ocorrido, no entanto, nas regiões Sul, Norte e Nordeste, que não dispõem de volume de animais confinados e sofrem com a falta de pastagens. O Rio Grande do Sul segue tendo o maior preço do País, com o animal avaliado a R$69 a arroba em Pelotas. Fonte: Gazeta Mercantil. Neila Baldi. 10 de setembro de 2007.
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