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Scot Consultoria

Queda na oferta pressiona preço do leite em São Paulo


Segunda-feira, 18 de junho de 2007 - 09h58

Os constantes aumentos nos preços do leite devem continuar pressionando a inflação até julho. A tendência é que o volume de captação aumente, diminuindo a pressão sobre o custo de vida, já que os bons preços estimulam o aumento da produção. Leite e derivados contribuíram com 37,28% para o aumento da inflação em São Paulo em maio, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), calculado pela Fipe, ficou em 0,36% em maio, enquanto o preço do leite variou 12% no período. De janeiro a maio, o preço do longa vida no atacado subiu 36%, segundo levantamento da Scot Consultoria. E, no varejo, 25%. Com isso, a diferença entre o preço pago pela indústria e pelo supermercado caiu de 14% para 4,65%, o nível mais baixo desde 2002. Neste período, a inflação foi de 1,81%. Mais uma vez a alta da cotação do leite ficou acima da inflação. A diminuição da oferta e a forte demanda internacional explicam os aumentos nos preços do leite - desde fevereiro. Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea), desde o início do ano a captação de leite está em queda. "Além da entressafra, o produtor vinha de um período de desestímulo, pois os preços estavam baixos no ano passado", diz Maurício Nogueira, diretor da Scot Consultoria. Aliada à questão interna, há a demanda mundial crescente. Nogueira explica que cerca de 80% dos fornecedores mundiais tiveram problemas climáticos que afetaram a produção. Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, apenas em maio, a cotação internacional do produto brasileiro subiu 40,6% em relação ao mesmo mês de 2006, passando a US$2,5 mil a tonelada. Por isso, as receitas cambiais aumentaram 38,4%, somando US$19 milhões no mês - os embarques ficaram praticamente estáveis no período. Até maio, o preço médio dos lácteos do Brasil aumentou 15,7%, proporcionando que, mesmo com queda nos volumes embarcados de 10%, o valor das exportações subisse 3,9%, totalizando US$79 milhões no período. Nogueira diz que as vendas externas acirram concorrência entre o leite em pó - destinado à exportação - e o longa vida, favorecendo a valorização do preço deste. "A tendência agora é de ajuste nos preços", acredita Nogueira. Em sua avaliação, os pecuaristas poderão aumentar a produção, mesmo na entressafra, com maior suplementação alimentar. "Há uma condição de estímulo ao aumento de produção", considera o assessor-técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Marcelo Martins. No entanto, segundo ele, a perspectiva é de que nos próximos 90 dias os preços continuem subindo - em patamar menor - por causa de entressafra e do mercado internacional. Ele acrescenta ainda que, como produtor vinha de dois anos de crise, a genética e manejo do gado estão comprometidos, fazendo com que a resposta em termos de aumento de produção seja mais lenta. Fonte: Gazeta Mercantil. Por Neila Baldi. 18 de junho de 2007.
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