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Scot Consultoria

Swift está em crise, mas abre mercados


Quarta-feira, 13 de junho de 2007 - 10h38

Ao bater o martelo para adquirir a americana Swift Foods & Company, o Friboi está comprando mercado consumidor, dizem analistas. Fundada em 1855 no Colorado, a Swift é o quarto maior frigorífico do mundo, o terceiro maior dos Estados Unidos com atuação em bovinos e suínos e o maior processador de carne bovina da Austrália. Mesmo assim, a companhia não tem um desempenho financeiro tão atraente. No ano passado, a empresa abateu 6,2 milhões de bovinos, faturou US$9,6 bilhões e empregou 20 mil trabalhadores. No entanto, acumulou dívidas líquidas de US$1,1 bilhão. A rentabilidade da companhia é baixa. Tem uma margem de 0,4%, que está muito abaixo da média do setor (5,9%) e de empresas comparáveis do mesmo segmento (3,7%). “Diante desse desempenho, o que leva a crer é que o Friboi está comprando mercado ao adquirir a Swift“, diz Fabiano Tito Rosa, da consultoria Scot. Ele observa que desde a ocorrência da doença da vaca louca nos Estados Unidos, em 2003, os bovinos começaram a não ter bons resultados para a companhia - que não tem lucro desde 2004. “A Swift sofreu o baque.“ Além disso, Rosa lembra que a empresa enfrentou problemas com trabalhadores ilegais e foi multada, o que afetou a sua situação financeira. O consultor observa, porém, que o grande diferencial da empresa é o acesso a grandes mercados consumidores. Com a aquisição, o Friboi tem passe livre no maior mercado mundial, os Estados Unidos. O país consome anualmente quase 13 milhões de toneladas de bovinos por ano. Também o Canadá e o México fazem parte desse pacote de mercado que está sendo incorporado pelo Friboi, bem como a União Européia, que absorve 8,2 milhões de toneladas de bovinos por ano. O Friboi também ganha a chancela para ingressar no mercado asiático, que é o mais cobiçado porque remunera melhor o produto. “Com a compra da Swift, a empresa será a primeira companhia brasileira que irá vender carne in natura para Japão, Taiwan e Coréia do Sul, onde a Swift já está.“ Rosa diz que o Japão compra 70 mil toneladas de carne por ano, mas paga pelo produto de três a quatro vezes mais do que o preço médio de exportação. A união da Friboi com a Swift cria uma companhia com unidades de produção em mercados responsáveis por 45% do consumo mundial de carnes. Nos Estados Unidos, a Swift Foods & Company tem oito plantas industriais, das quais três são voltadas para suínos, quatro para bovinos e uma processadora de pratos prontos. O negócio inclui sete centros de distribuição, quatro unidades de abate e quatro de confinamento de bovinos na Austrália. Diariamente são abatidos 17,2 mil bovinos nos Estados Unidos e 5,8 mil na Austrália, além de 46,8 mil suínos. Diferentemente dos bovinos, Rosa destaca que o segmento de suínos da Swift vai bem. “A companhia está entre as maiores processadoras de suínos dos EUA“, diz. É exatamente nesse mercado que o Friboi não tem experiência. Por isso, segundo Rosa, a tendência é de o frigorífico brasileiro deixar essa parte da operação ser conduzida pelos gestores locais e intervir nos bovinos, segmento que domina. Fonte: Agência Estado. 30 de maio de 2007.
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