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Scot Consultoria

Preço do boi é o menor desde 1970


Quarta-feira, 1 de fevereiro de 2006 - 12h22

Cotação recua ainda mais com embargo à carne brasileira, dólar fraco e férias escolares em janeiro. A média mensal dos preços da arroba do boi em São Paulo atingiu em janeiro R$50,6, o menor valor em 36 anos se considerados os preços deflacionados. Em setembro de 2005, o preço médio chegou a R$50,88, até então o mais baixo desde o início da série histórica em janeiro de 1970, segundo a Scot Consultoria. A partir daí, as cotações ensaiaram uma recuperação, mas voltaram a recuar após a descoberta de focos de febre aftosa no Mato Grosso do Sul, em 10 de outubro. Com a suspensão total ou parcial das exportações da carne brasileira para 56 países, uma parcela do volume tradicionalmente exportado, principalmente pelo Mato Grosso do Sul, foi redirecionada para o mercado interno. "Estimamos que, em função da aftosa, o Brasil deixou de exportar cerca de 120 mil toneladas equivalente carcaça de carne bovina, em 2005, correspondentes a 570 mil animais", avalia o analista da Scot Consultoria, Fabiano Tito Rosa. O cenário de baixa resulta ainda da "entrada de boi de pasto", ou seja, dos animais da safra iniciada em novembro, e da desvalorização do dólar. Na moeda americana, foi registrado preço médio de US$22,5 pela arroba do boi em janeiro, 12,4% acima da média histórica de US$20 em períodos de safra. No mês, o cenário de baixa foi agravado pela queda do consumo resultante das férias escolares e da redução do poder de compra por causa das despesas extras, segundo Tito Rosa. De 24 a 30 de janeiro, a arroba do boi gordo foi negociada a R$49,5 no estado, com retração de 6,6% em relação ao início do mês. Ontem, porém, a cotação teve ligeira alta de 1%, para R$50. "Os produtores estão segurando os bois, na expectativa de melhores preços. Acredito que no início de fevereiro, a arroba chegue a R$52", diz o analista, destacando que os frigoríficos têm escala média de abate de três dias. O Frigorífico Estrela (Frigoestrela) trabalha, atualmente, com escala para cinco dias de abate e compra boi por R$47 a arroba, na região de Estrela do Oeste, valor 6% menor que no início do mês e 21,6% abaixo da cotação de 10 de outubro. A maior parte das exportações da unidade de Estrela d‘Oeste (SP) era direcionada para a União Européia e a Rússia, antes dos embargos. Desde o fim de 2005, o abate diário da unidade teve queda de 55%, para 900 animais, e são destinados ao mercado interno e ao Oriente Médio. "A proibição das exportações de São Paulo e do Mato Grosso do Sul elevou a concorrência no mercado interno. Quem dita o preço pago pelo boi é o mercado de carne", diz o gerente de compra de gado, Francisco Renato Pereira da Silva. Fonte: Gazeta Mercantil
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