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  • Terça-feira, 15 de julho de 2025
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Scot Consultoria

Gestão de pessoas, tecnologias e análise de dados: a fórmula para garantir resultados no confinamento

Integração entre pessoas, tecnologia e dados que potencializa a eficiência e a qualidade na pecuária intensiva.


Fonte: Bela Magrela

Carolina Barreto:  Manuela, sabemos que você veio da Colômbia. Culturalmente, quando comparamos a pecuária entre os dois países — especialmente no confinamento, que é a sua área de atuação —, quais diferenças e semelhanças você percebe? Existem complementaridades? Como você enxerga essa comparação?

Manuela D. Mora: Na Colômbia, não existe confinamento. A pecuária lá não é um dos setores que mais movimentam a economia, então, há muita diferença. O Brasil é um país muito mais desenvolvido nesse aspecto e cresceu muito em tecnologia ao longo das décadas. Para mim, chegar aqui foi uma oportunidade incrível. Mais para frente, eu pretendo voltar para a Colômbia e levar todo esse conhecimento que aprendi aqui.

Carolina Barreto: E o que mais te encantou? Vindo de um país onde não há confinamento, sendo zootecnista, estudando nutrição. O que te motivou a encarar esse desafio? Você falou da força que veio da saudade da família, mas o que te fez dizer: “é isso que eu quero, eu vou fazer acontecer e conquistar meu espaço”? 

Manuela D. Mora: O que mais me encantou foi ver que aqui havia realmente oportunidade de crescimento. Existia um plano de carreira, então eu decidi focar nisso. No começo foi complicado, mas tomei a decisão de me concentrar nos resultados.

Mostrei para o dono da fazenda: “olha aqui os resultados que estamos alcançando. Se aplicarmos determinadas estratégias, com certeza teremos mais eficiência nos processos e, consequentemente, mais lucro.” Foi assim, mostrando resultados concretos, que consegui conquistar meu espaço e continuar evoluindo na empresa.

Carolina Barreto: E a equipe conseguiu se adequar a esses processos de forma tranquila? Imagino que tenha havido alguns percalços, claro. Mas, no fim das contas, quando implementamos processos bem definidos, o trabalho de todo mundo tende a ficar mais fácil. Como foi isso para vocês?

Manuela D. Mora: Com certeza. Hoje, quatro pessoas fazem o trabalho que antes era feito por sete. Isso aconteceu porque criamos processos eficientes e percebemos que produtividade não é ficar até às nove da noite trabalhando, mas sim conseguir ser produtivo em um curto período, organizando e focando.

No começo, o pessoal tinha um pouco de receio, mas quando viram que os resultados apareciam, que além de um bom salário teriam qualidade de vida, tudo mudou. Por exemplo, diminuíram as horas extras, e os colaboradores passaram a ter mais tempo para outras atividades — não só para o trabalho, mas também para estudar, fazer cursos e se desenvolver.

Foi ao perceber a necessidade de uma melhor gestão de pessoas que decidi começar a estudar, fazendo uma pós-graduação na área. Tudo o que aprendo, levo para os colaboradores.

Carolina Barreto: Manuela, vocês receberam o Confina Brasil, certo? Durante a expedição, foi identificado um alto uso de tecnologia no confinamento. Você pode nos contar como essa tecnologia é empregada e de que forma ela tem melhorado os processos? 

Manuela D. Mora: Uma das primeiras tecnologias que utilizamos foi a automação do trato, que já vem sendo desenvolvida há algum tempo. Com essa automação, conseguimos ser muito mais assertivos, pois passamos a ter dados concretos e mensuráveis. Por exemplo, o trator distribui a ração para os bovinos, e a quantidade distribuída é registrada automaticamente no notebook. Com esses dados, conseguimos fazer uma conformidade, o que nos permite implementar um sistema de bonificação. Assim, tudo fica interligado: a conformidade gera bonificação, e isso incentiva os colaboradores a atingirem suas metas e a trabalharem de forma mais eficiente.

Quanto aos tratos, fazemos três por dia. Além disso, temos cinco tipos de conformidades que monitoramos: conformidade de trato, carregamento, fabricação, horários e núcleos, além da limpeza dos bebedouros. Com a automação, conseguimos coletar esses dados de forma precisa e garantir que todas essas conformidades sejam cumpridas corretamente.

Carolina Barreto: Em relação ao uso de drones, como essa tecnologia tem sido aplicada hoje no confinamento de vocês? Para quais finalidades vocês utilizam drones no dia a dia?

Manuela D. Mora: O drone, hoje, tem uma função muito importante no nosso confinamento. Todos os dias, pela manhã, antes da leitura de coxo, ele realiza um plano de voo e tira fotos de cada um dos currais. Essas imagens são então transferidas para o notebook e processadas em uma plataforma específica.

Essa plataforma gera diversos indicadores, como o consumo de matéria seca, o consumo de matéria em relação ao peso vivo, o peso estimado dos animais e até o peso provável de abate. Além disso, contamos com uma ferramenta muito interessante chamada IBC — Índice de Bem-Estar Cardíaco.

Com essa tecnologia, o drone consegue identificar quais animais estão em pé e quais estão deitados. E qual é a ideia? No primeiro trato, a maioria dos animais — cerca de 80,0% a 90,0% — deve estar deitada, ruminando. Então, essa ferramenta é realmente muito interessante, porque nos permite ser mais assertivos nas tomadas de decisão.

A entrevista completa com Manuela D. Mora está disponível na íntegra no canal da Scot Consultoria no Youtube.

Manuela Duque Mora

zootecnista colombiana que atua no Confinamento Fazenda Gamela, compartilha sua experiência com a gestão de pessoas, o uso de tecnologias e a análise de dados, que têm transformado os resultados no campo.

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