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Scot Consultoria

Estratégias de compra de insumos e reposição

Entrevista com o diretor-presidente na LFPEC - Pecuária Profissional, Francisco Camacho

Terça-feira, 7 de junho de 2022 - 16h30
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Francisco Camacho é médico-veterinário formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Pós-graduado em Marketing pela ESPM e Administração Rural pela FGV. Atuou na MSD Saúde Animal por 14 anos e atualmente é diretor-presidente da LFPEC.

Foto: Scot Consultoria


Scot Consultoria: Camacho, pode fazer um breve comentário do tema da sua apresentação no Encontro de Confinamento e Recriadores da Scot Consultoria?

Francisco Camacho: Nós abordamos um pouco do que aconteceu no mercado nesses últimos tempos.

Basicamente, a mudança da precificação do boi impactou de três formas o mercado de recria. Primeiro, que a precificação do boi passou a ser norteada pela exportação, o que aumentou a sua importância; segundo, que este fato refletiu nos preços de recria; e terceiro, é o nosso momento do ciclo pecuário, que evidência uma transição para a fase de baixa.

Falamos também, rapidamente, sobre as estratégias de insumos, possíveis insumos disponíveis e as diferenças de cada região, onde o impacto do preço foi muito maior nas dietas dependentes de milho, como é o caso de Mato Grosso.

Scot Consultoria: Quais as dificuldades dentro da fazenda para gerir a demanda de insumos em um ano como esse, de aumento de custos?

Francisco Camacho: A maior dificuldade são os impactos do maior acesso à informação, fazendo com que o mercado oscile de maneira muito forte. O mercado sempre oscilou, mas agora as oscilações ficam mais intensas, variando violentamente e aumentando a dificuldade de trabalhar estrategicamente.

Temos que ser cada vez mais profissionais no nosso negócio, buscando as informações certas para tomar as melhores decisões.

Scot Consultoria: Como lidar com o cenário de alta volatilidade de preços?

Francisco Camacho: Você deve tentar se proteger, embora, aqui no Brasil, nós tenhamos muita dificuldade com o mercado futuro. Não é fácil, primeiro porque é caro, segundo porque é um mercado pouco significativo no que diz respeito à volume, quer dizer, o que você opera no mercado futuro é incipiente ao mercado real, então ele pode ser facilmente manipulado por grandes players.

Outra consequência é a cultura da indústria que compra o boi pois, diferente de culturas como a soja, que é listada na bolsa de Chicago, você não tem a possibilidade de fazer isso no Brasil, uma vez que, de maneira geral, não temos uma cultura de compra futura.

Scot Consultoria: O que levar em conta na estratégia de compra de insumos em épocas de alta de custo?

Francisco Camacho: Deve-se ter um planejamento mínimo. Nós estamos no mundo da tática, não estamos mais no mundo da estratégia, as mudanças são muito rápidas. No fim, o fundamento prevalece, mas as variáveis que ocorrem no meio do caminho são muito intensas, principalmente com essa questão da pandemia e da forma como ela afetou as commodities.

A estratégia básica em relação aos insumos é saber o que será consumido e tentar fazer uma compra contratual, pelo menos dos insumos passíveis disso, como no caso do DDG, do milho e do núcleo. Não é para tudo que se consegue realizar a compra contratual, deve-se tentar realizar a compra de pelo menos 50% na safra de cada insumo, o que representa pelo menos 50% do volume total planejado.

Scot Consultoria: Qual a sua experiencia com a utilização de coprodutos das indústrias como estratégia para reduzir custos?

Francisco Camacho: Nós utilizamos quase todos os coprodutos. Estava vendo a situação do DDG, que antes era utilizado apenas para o boi e agora está sendo exportado e até mesmo utilizado na ração de pets e peixes.

Antes, o bagaço de cana tinha que ser hidrolisado, depois passou a se usar o bagaço in natura, já hoje, dificilmente se utiliza o bagaço, devido a vantagem econômica em utilizá-lo na geração de energia.

A grande vantagem do bovino é a capacidade de utilizar vários coprodutos. No Pará, por exemplo, usa-se até bagaço de laranja e polpa de limão.

Scot Consultoria: Qual a sua opinião sobre um evento como o Encontro de Confinamento e Recriadores da Scot Consultoria para a pecuária nacional?

Francisco Camacho: Acho fantástico. É importante “dar uma refrescada” em alguns assuntos e consolidar conceitos, fora os contatos de negócios e as informações que são geradas.

Gostaria de parabenizar a Scot Consultoria, como sempre, na vanguarda, fazendo um evento de excelência.


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