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Scot Consultoria

Quais as vantagens do sequestro de bezerros?

Saiba sobre as vantagens da utilização do sequestro de bezerros no sistema de produção.


Foto: Scot Consultoria


Nesta semana, nosso convidado para a rodada de entrevista foi Jefferson Jacomélli Dias.

Jefferson é engenheiro agrônomo (UNIDERP), possui MBA em Gestão Empresarial pela (Esalq/Usp), e atualmente é Gerente Geral de Pecuária na Agropecuária Fazenda Brasil.

Na conversa com Jefferson, abordamos as vantagens do sequestro de bezerros e os desafios enfrentados no sistema de produção que a fazenda utiliza, confira!

Scot Consultoria: No que se baseia o sequestro de bezerros e como ele funciona? Qual a melhor época de usá-lo?
Jefferson Jacomélli Dias: O sequestro de bezerros se resume em retirar o animal do pasto no período de transição entre a seca e o período das chuvas, onde as pastagens estão com baixa qualidade, colocando-o em sistema de confinamento.

O momento ideal para essa prática depende de pecuarista para pecuarista. Em nossa propriedade, mesmo tendo boa capacidade de suporte das pastagens, os resultados financeiros pesavam sobre a implantação do sequestro, pois era mais interessante ter o animal desempenhando 600-700g/dia a mais no sequestro, em um período que esse animal não teria ganho, ou até perder peso se fosse mantido no pasto.

Agora mudamos bastante a estratégia da fazenda e se torna uma estratégia bem mais de suporte, o financeiro ainda conta, mas a estratégia de integração lavoura-pecuária é mais interessante, e isso ocasiona um travamento de área. Eu preciso tirar o gado das áreas de safrinha de setembro a novembro para rebrota, e resolvo o problema da seca com a safrinha.

Scot Consultoria: Para maior rentabilidade da recria através do sistema de sequestro de bezerros, qual relação entre volumoso/concentrado e período adaptativo têm apresentado os melhores resultados?

Jefferson Jacomélli Dias: Em nosso caso, não utilizamos o período de adaptação, mesmo porque nossa dieta já é bem volumosa, nesse ponto, ficamos atentos a vários quesitos, nesse último ano foi onde mais acertamos, focando em uma dieta para que ela não tenha a capacidade de depositar gordura no animal.

Seria possível desenvolver uma dieta para o animal desempenhar 1kg/dia, e isso é atraente tendo em vista o preço da arroba, mas o problema está no retorno desse animal ao pasto.

É necessário manter o nível de ganho, sendo assim, o aporte energético dessa dieta deve ser parecido com o que o animal terá quando retornar ao pastejo, a diferença entre as dietas que garantirá um ganho bom com o animal jovem, não será mantida na engorda.

O bom resultado do sequestro, será perdido no momento de maior crescimento do animal, além de desenvolver hábitos de consumo à pasto, exagerados, a dieta certa no sequestro, mesmo que não desempenhando tanto quanto poderia, é compensada com o ganho no pasto posteriormente.

Resumindo, não compensa colocar o sequestro com mais energia e posteriormente correr o risco de perder, então a dieta no confinamento precisa ser uma simulação de um pasto com alta qualidade, com uma pequena suplementação energética.

Scot Consultoria: Entre as desvantagens para a implantação do sequestro dos bezerros estão os gastos com custo operacional, maquinários, compras de rações etc. Quais os critérios que o pecuarista deve levar em conta ao analisar a viabilidade técnica e econômica para implementar essa suplementação em sua propriedade? E sobre o uso de DDG e WDG, essa suplementação funciona bem no padrão de sequestro?

Jefferson Jacomélli Dias: Acredito que o desafio está voltado para a questão agrícola, tanto na capacidade de área, de Know How, máquina para dosar, máquina para colher etc. O pecuarista precisa inicialmente estar ciente desses custos, disponibilidade dos concentrados na região da propriedade, e assim analisar a viabilidade de acordo com seu sistema de produção.

Outro ponto importante seria em relação à dieta, que necessita de atenção por ser muito volumosa, e é difícil fechá-la tendo um nível de consumo interessante e energia não tão alta. Aqui em nossa região o milho é facilmente encontrado e, em nosso caso especificamente, precisamos ter mais atenção ao fazer uso de silagem de milho, por exemplo.

Já utilizamos DDG e WDG na dieta que adotamos para o sequestro e foi muito bem aceito.

Scot Consultoria: Quanto tempo deve levar a operação como um todo? Desde o momento de retirada do bezerro do pasto até o retorno dele? Que cuidado o animal deve ter ao voltar ao pasto?

Jefferson Jacomélli Dias: Em nosso caso, não adotamos fechar todos os animais de uma vez. Normalmente confinamos e soltamos os animais de acordo com a necessidade, mas geralmente o tempo total do processo gira em torno de 60 a 80 dias.

Para a saída dos bezerros, o que levamos em conta é o peso, nossa estratégia hoje é a apartação dos animais abaixo do peso médio, os animais mais de cabeceira ficam a pasto, quando tem capacidade de suporte suficiente para eles, os animais mais leves colocamos no sequestro, para  subir a régua da média de peso e posteriormente colocar todos na engorda juntos, com lote uniforme.

Há pecuaristas que optam por dar a melhor condição para o animal de mais capacidade de desempenhar, até já fizemos isso antigamente, mas como o foco é suprir uma questão de suporte da pastagem, acredito que estaria adiantando alguns animais melhores e atrasando os demais, e formando um lote desuniforme para ao próximo ano, mas vai da estratégia do pecuarista.

Scot Consultoria: Quais são os desafios enfrentados no sequestro de bezerros?

Jefferson Jacomélli Dias: Os pecuaristas, podem ser adaptáveis, mas em nosso modelo, precisa ficar atento a uma estratégia de produção de volumoso usando realmente capim, por questão de facilitar o encaixe da dieta equilibrada em energia e consumo, para que esse animal volte com características de recria e não crie um animal com gordura, achatado, características que não queremos.

Jefferson Jacomélli Dias

Engenheiro agrônomo (UNIDERP), possui MBA em Gestão Empresarial pela (Esalq/Usp), e atualmente é Gerente Geral de Pecuária na Agropecuária Fazenda Brasil.

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