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Scot Consultoria

Crédito Rural

Entrevista com o economista chefe da Farsul, Antonio da Luz

Segunda-feira, 1 de julho de 2019 - 05h55
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Foto: canalrural.uol.com.br


No dia 18/6 o governo federal anunciou o Plano Safra 2019/2020. Para sanar algumas dúvidas sobre a disponibilidade de crédito para produtores rurais a Scot Consultoria conversou com Antonio da Luz.

Antonio é economista pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS). Possui mestrado em Economia Aplicada pela mesma universidade e doutorado em Desenvolvimento Econômico Regional pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Atualmente é economista chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (FARSUL).

Scot Consultoria: Antonio, quais as principais fontes disponíveis para o financiamento agrícola encontradas no mercado?

Antonio da Luz: Os bancos e as cooperativas de crédito são a principal fonte do crédito, captando recursos da poupança e dos compulsórios sobre os depósitos à vista e oferecem a partir disto custeio e comercialização controlados. Estes também oferecem essas linhas na modalidade de juros livres, cujo percentual não é controlado e subvencionado pelo governo.

Muitas linhas dos juros livres deverão ter juros menores do que os controlados e, caso isso se confirme, será a prova que esse sistema de crédito rural não funciona mais. Este ano começarão a surgir operações estruturadas de crédito, como Certificados Recebíveis do Agronegócio. Mais do que nunca, o produtor deve ficar atento às oportunidades "nas outras prateleiras".

Há diversas linhas de investimentos, com boas oportunidades, mas os investimentos devem ser feitos se o negócio é viável e não se os juros estão baixos ou altos. Há diversas ocasiões em que os juros são baixos, mas o negócio não é viável.

Scot Consultoria: O crédito rural é uma grande demanda do produtor rural. Diante disso, na sua opinião, quais são os principais pontos a serem melhorados no Plano Safra nacional?

Antonio da Luz: O Plano Safra desse ano é o possível dentro do orçamento que é feito no ano anterior, que era do governo anterior. O Plano Safra foi muito útil, por muito tempo foi, sem dúvidas, um sucesso, mas temos as leis das décadas de 60 e 90, do século passado, e agora temos outros desafios. A política agrícola precisa de uma enorme mudança.

Scot Consultoria:  O número de produtores que utilizam o Plano Safra vem crescendo?

Antonio da Luz: Pelo contrário. A cada ano que passa mais produtores ficam sem acesso ao crédito rural oficial. Nos últimos anos perdemos a metade.

Scot Consultoria: Antonio, quando é obrigatório para o produtor rural o uso de seguro agrícola?

Antonio da Luz: Dependendo da linha que o produtor acessa ele é obrigado a fazer seguro que, nem sempre, é bom para ele. Essa é daquelas tantas coisas que precisam ser repensadas. O produtor é obrigado pelo governo a fazer o seguro, mas ele não é obrigado a fazer a subvenção. Nestes casos o produtor paga um seguro que ele nem sempre quer para fazer uma política pública.

Antonio da Luz

Economista pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS). Possui mestrado em Economia Aplicada pela mesma universidade e doutorado em Desenvolvimento Econômico Regional pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Atualmente é economista chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (FARSUL).

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