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Scot Consultoria

Encontro da Pecuária Leiteira da Scot Consultoria entrevista o zootecnista e gerente técnico nacional da Alltech Winston Giardini


Segunda-feira, 29 de julho de 2013 - 09h49


Nos dias 1 e 2 de agosto acontecerá em Ribeirão Preto-SP e em Descalvado-SP a segunda edição do Encontro da Pecuária Leiteira da Scot Consultoria.


Nele será possível trocar experiências com técnicos de renome, produtores de sucesso e saber como está e para onde caminha o mercado de leite e lácteos.


Esse conjunto de informações será consolidado através da visita com novas estações à fazenda Agrindus em Descalvado. Uma das melhores e maiores produtoras de leite do Brasil.


Mais informações em www.encontroleite.com.br.


Um dos palestrantes será Winston Giardini, zootecnista e gerente técnico nacional da Alltech.


Sua palestra abordará "Ureia protegida como alternativa para a pecuária leiteira".


Para saber um pouco sobre a palestra, leia a entrevista que ele concedeu à organização do Encontro da Pecuária Leiteira.


Entrevista com Winston Giardini


Scot Consultoria: Qual a principal diferença da ureia comumente utilizada e a ureia protegida?


Winston Giardini: A ureia protegida é caracterizada por conter uma camada de proteção, o que lhe confere uma liberação controlada do Nitrogênio (N) no rúmen! Essa proteção possibilita que o N tenha sua liberação realizada entre 12 a 14 horas após o consumo, ao contrário da ureia, que libera o N em no máximo duas horas.


Essa velocidade de liberação favorece muito a multiplicação bacteriana no rúmen, que tem um aporte de NH3 mais constante e estável, otimizando assim a sua utilização pelas bactérias ruminais. Com esses níveis mais constantes no rúmen, há um aumento na multiplicação de bactérias desejáveis, e como consequência disso, há um aumento na produção de proteína microbiana (a melhor proteína em termos de perfil de aminoácidos), e também uma maior degradação das fibras ingeridas pelo animal.


Além disso, há que se mencionar a segurança alimentar obtida com o uso da ureia protegida, já que a liberação controlada, evita a possibilidade de intoxicação por N, o que pode ser comum com o uso da ureia normal.


 


Scot Consultoria: A suplementação mineral tem sido utilizada no ano todo em maior proporção? O produtor está consciente da necessidade de utilização destes produtos para aumentar a produtividade?


Winston Giardini: Todo produtor de leite deveria estar consciente da necessidade de oferecer suplementação mineral a seus animais durante todo o ciclo de produção. Minerais são fundamentais para o bom desempenho das vacas em uma propriedade, e não podem, em hipótese alguma, serem preteridos.


Já com relação ao uso de fontes de NNP (Nitrogênio Não Proteico), ainda é muito grande o estigma provocado pelo uso equivocado da ureia. Ruminantes são especialmente hábeis em utilizar o NNP, e convertê-los em proteína microbiana. Porém o uso deve ser criterioso, com relação à dieta utilizada. Em geral, há a necessidade de uso dessas fontes em todas as dietas, em maior ou menor proporção. O fato é que, na grande maioria das vezes, o uso de NNP é evitado, por medo ou desconhecimento, o que traz como consequência um custo de dieta mais alto que o necessário, e uma eficiência de aproveitamento do N da dieta menor.


 


Scot Consultoria: A ureia protegida é indicada para ser utilizada em todas as épocas com relação a clima e em todas as fases dos animais? Se não, qual a melhor indicação de uso?


Winston Giardini: A ureia protegida pode ser utilizada por todos os ruminantes, indistintamente de época do ano, clima, etc. Os ajustes das dietas para o seu uso, como citado anteriormente, deve ser baseado em critérios nutricionais. Apenas as bezerras em aleitamento, ainda não podem receber a ureia protegida, por ainda não serem ruminantes efetivos. A indicação é que, a partir dos quatro ou dos cinco meses de idade (quando já estão ingerindo forragens), esses animais possam receber fontes de NNP, segundo as necessidades nutricionais.


 


Scot Consultoria: Quais são as principais vantagens da utilização de ureia protegida na produção de leite?


Winston Giardini: Além da questão de segurança alimentar citada, a ureia protegida tem como grande vantagem, a flexibilidade que se pode obter em variados tipos de dieta. A ureia protegida, por oferecer um aporte estável de N ao rúmen, é um excelente alimento às bactérias ruminais, e por isso, pode substituir fontes de "proteína verdadeira", como farelos vegetais. Essa substituição, que pode ser parcial ou total, acaba "abrindo espaço" em dietas, possibilitando o uso de bons subprodutos, introdução de outros farelos energéticos (muito importante em sistemas pastoris), ou mesmo uma elevação nas proporções de forragens, também muito importante para obtenção de sólidos no leite. Ou seja, com a ureia protegida, pode-se optar por aumentar a produtividade dos animais, mantendo os custos de produção; ou manter a produção de leite, com mais sólidos no leite, com o aumento da oferta de forragens, e diminuição dos custos; ou ainda, obter maior produtividade com menor custo da dieta, dependendo do ajuste que se faz na mesma.


É importante ressaltar que, um ruminante necessita de N para produção, e sua utilização de maneira correta e eficiente, com os produtos e proporções adequadas, sempre vão otimizar a produtividade, gerando ganhos ao produtor, vacas bem nutridas, sadias e com a reprodução em dia, algo almejado por todos na cadeia de produção de leite!



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