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Scot Consultoria

Encontro de Confinamento entrevista o palestrante Rafael Ribeiro da Scot Consultoria


Quinta-feira, 24 de janeiro de 2013 - 09h59

Nos dias 3, 4 e 5 de abril acontecerá o tradicional Encontro de Confinamento da Scot Consultoria, em Ribeirão Preto-SP, onde o melhor time de analistas de mercado e de técnicos do setor discutirão o que será possível e o que será impossível para os confinadores nesta temporada.


O encontro é uma referência de mercado e vem sendo realizado há vários anos, concentrando profissionais de toda a cadeia pecuária.


O evento reunirá os principais agentes-chave da pecuária brasileira para expor, de forma clara e objetiva, as tendências de mercado: principais ferramentas de proteção de preço, estratégias de manejo, mercado de grãos, nutrição de animais, reforma de pastagens, custos do confinamento, entre outros.


Mais informações em www.scotconsultoria.com.br/encontroconfinamento/


Um dos palestrantes será o zootecnista Rafael Ribeiro, consultor de mercado e coordenador das divisões de pecuária de leite, grãos e avaliação e perícia da Scot Consultoria.


Sua palestra abordará as expectativas de preços para milho e soja, considerações sobre o clima e produção de grãos nos principais estados produtores e os estoques domésticos e mundiais.


Para saber um pouco sobre a palestra, leia a entrevista que ele concedeu à organização do Encontro de Confinamento da Scot Consultoria. 


Scot Consultoria: No ano passado, o clima prejudicou a produtividade das lavouras no Brasil (safra 2011/2012) e nos Estados Unidos (safra 2012/2013). Qual o cenário para este ano, até o momento?


Rafael Ribeiro: O cenário em termos de clima é bem diferente, mais favorável a uma boa safra.


No ano passado a estiagem prejudicou o desenvolvimento das lavouras, em especial no Sul do país, onde a quebra chegou a 45,0%, no caso da soja no Rio Grande do Sul.


Na safra atual, o volume de chuva foi maior e de forma mais regular. Algumas pequenas áreas no Brasil Central tiveram que ser replantadas.


No Paraná, segundo o Departamento de Economia Rural (DERAL), até o final da primeira quinzena de janeiro deste ano, 92,0% das lavouras de soja no estado estavam em condições boas, 7,0% em condições medianas e 1,0% em condição ruim.


Para o milho de primeira safra, 84,0% das lavouras estavam em boas condições, 14,0% em condições medianas e 2,0% em condições ruins.


No Centro-Oeste, os primeiros lotes de soja colhidos mostraram boa produtividade.


A situação é mais complicada no Nordeste, onde a estiagem pode comprometer o rendimento das lavouras.


 


Scot Consultoria: Qual a expectativa de produção de soja e milho no Brasil e na Argentina em 2012/2013?


Rafael Ribeiro: A expectativa é de uma maior oferta de soja no Brasil e na Argentina em 2012/2013. Aliás, este tem sido o principal fator de pressão de baixa no mercado da oleaginosa.


No Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima uma produção de 82,68 milhões de toneladas de soja, 24,5% mais que o colhido na safra passada.


A área plantada de soja cresceu 9,2% em 2012/2013 em relação à 2011/2012. Este crescimento se deu principalmente sobre áreas de milho, algodão e pastagem.


A Argentina deve colher 54,0 milhões de toneladas de soja na temporada atual, frente as 40,1 milhões de toneladas colhidas na safra anterior.


Se confirmados os números, são pelo menos 30,0 milhões de toneladas de soja a mais nesta temporada, considerando o Brasil e a Argentina.


Para o milho, apesar da redução na área plantada na primeira safra, a produção deve ser maior que em 2011/2012, graças à melhoria esperada na produtividade.


A expectativa é de que sejam colhidas 34,70 milhões de toneladas de milho na primeira safra. Um aumento de 2,5% na comparação com 2011/2012.


Para a safrinha são esperadas 37,46 milhões de toneladas do grão, totalizando 72,19 milhões de toneladas na temporada. Este volume é 1,1% menor em relação à safra anterior.


Na Argentina, a produção de milho está estimada em 28,0 milhões de toneladas em 2012/2013, 33,3% mais que o colhido em 2011/2012.


 


Scot Consultoria: Qual a expectativa de preços para a soja e milho na temporada atual?


Rafael Ribeiro: O mercado de soja e de milho começou o ano pressionado para baixo em função da expectativa de uma safra cheia no Brasil e na Argentina. O início da colheita no hemisfério Sul colabora com a pressão de baixa.


Ou seja, o pecuarista pode se deparar com oportunidades de preços mais baratos para a soja, milho e seus derivados em 2013.


Cabe destacar que apesar das quedas, o preço da soja está 27,1% acima da cotação vigente no mesmo período de 2012, considerando os preços em Paranaguá-PR. O mercado de soja começou o ano em um patamar de preços mais altos em relação aos anos anteriores.


Outro ponto é a demanda, que deve seguir firme em 2013. Isto significa que existe espaço para altas de preços diante de um cenário de quebra de produção ou atraso na colheita, já que os estoques estão em um patamar historicamente apertado.


Para o milho, os preços atuais estão próximos dos patamares verificados em janeiro de 2012.


Um fator determinante será o desempenho da safra norte-americana 2013/2014, a ser plantada neste primeiro semestre de 2013.


Lembrando que em 2012, o principal fator de alta nos mercados de soja e milho foram as quebras na produção norte-americana.


 


Scot Consultoria Por falar em estoques, como devem ficar os estoques brasileiros e mundiais de soja e de milho?


Rafael Ribeiro: Espera-se uma recomposição dos estoques internos de soja em 2013, caso os números da produção brasileira se confirmem.


A Conab estima um estoque final de 4,73 milhões de toneladas no país ao final de 2013. É o maior volume dos últimos anos.


Os estoques mundiais também devem aumentar.


O USDA estima um incremento de 7,9% em 2013, na comparação com 2012. Os estoques finais mundiais estão estimados em 59,46 milhões de toneladas.


No caso do milho no Brasil, 2013 começou com 6,73 milhões de toneladas em estoques e deve fechar com 12,78 milhões de toneladas. Ou seja, no mercado interno o cenário é mais confortável para o milho.


 


Scot Consultoria: A boa demanda por milho brasileiro para exportação em 2012 deu sustentação às cotações do grão no mercado interno. Qual a expectativa para 2013?


Rafael Ribeiro: Vai depender, em parte, do desempenho da safra norte-americana 2013/2014.


Em 2012 o Brasil exportou mais milho, devido à menor disponibilidade do grão nos Estados Unidos, maior exportador mundial. Foram 19,8 milhões de toneladas embarcadas.


Para 2013, a Conab estima as exportações brasileiras em 15,0 milhões de toneladas, o que é um bom volume em relação à média dos últimos anos.


A maior parte dos embarques de milho brasileiro ocorre no segundo semestre, após a colheita da safrinha.



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