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Scot Consultoria

Encontro de Analistas da Scot Consultoria entrevista Gustavo Aguiar


Segunda-feira, 15 de outubro de 2012 - 09h48

Mais informações em www.scotconsultoria.com.br/encontrodeanalistas

Um dos analistas será o zootecnista Gustavo Aguiar, diretor e consultor de mercado da Scot Consultoria.

Serão discutidos os temas atuais mais importantes para a pecuária de corte, como reposição, mercado do boi gordo, exportação de carnes e bovinos vivos, varejo, macroeconomia, ferramentas de negociação, frigoríficos e ações contra a pecuária.

Para saber um pouco sobre o que será abordado no Encontro de Analistas, leia a entrevista que ele concedeu a Pamela Alves, analista da Scot Consultoria.

Entrevista com Gustavo Aguiar

Scot Consultoria: Neste ano a maior oferta de fêmeas tem aumentado a utilização destas para confinamento?

Gustavo Aguiar: Temos notado que o semi-confinamento de fêmeas tem sido bem empregado.

Esta deve ser uma tendência para os próximos anos, contando com a pressão nos preços do boi, maior oferta de fêmeas e também na qualidade do produto final, com a opção de terminação de novilhas.

Se os custos de engorda ajudarem, daqui em diante teremos mais um estímulo a esta técnica.

Scot Consultoria: Custos elevados e preço do boi gordo pressionado tem reduzido a euforia pelas dietas de alto grão, apesar dos ganhos expressivos que estas conferem aos animais confinados?

Gustavo Aguiar: O desestímulo pode ocorrer pontualmente, por questões econômicas, o que sempre manterá as maiores participações de volumosos na dieta como uma opção real e segura para os confinadores brasileiros.

Porém, se levarmos em conta o ganho em logística e a praticidade proporcionada pela dieta de alto grão, aliado ao seu desempenho, podemos imaginar que esta técnica tem boas chances de continuar a se desenvolver no Brasil, principalmente em regiões onde há boa disponibilidade de grãos.

Scot Consultoria: O Brasil conseguirá alcançar mercados mais exigentes de forma consistente, antes que a Índia sature os compradores de volume?

Gustavo Aguiar: A questão da Índia é preocupante, apesar do país ainda precisar avançar em muitas questões, como sanidade, regularidade de oferta e qualidade, para ser considerado um exportador "perene".

Brasil e Índia brigam por alguns mercados potenciais ou até mesmo em comum, como a Rússia e países da África e do Oriente Médio.

O desafio do acesso a mercados exigentes é premente no Brasil. Acredito sermos a bola da vez neste quesito.

Já há alguns anos contamos com os mesmos principais compradores, que por sinal respondem por grande parte das compras. Em média, nos últimos cinco anos, os cinco principais compradores foram responsáveis pela compra de quase 70% do total embarcado pelo Brasil.

Temos que nos impor como provedores de carne de qualidade, não só volume. O tempo está passando. Mas para isso, temos que melhorar a nossa política comercial.

Este mercado (de volume) deve ficar cada vez mais nas mãos da Índia, atrasada algumas décadas em relação ao Brasil no que diz respeito à pecuária.

Scot Consultoria: A precificação no varejo varia mais com a demanda ou com o preço do atacado?

Gustavo Aguiar: Os grandes movimentos de preços estão, de certa forma, atrelados no atacado e varejo. A maior diferença, neste caso, é o tempo de resposta das cotações nos dois elos.

Em ocasiões de fortes altas no atacado, por exemplo, o varejo demora mais a repassar as altas, considerando preços médios. Por outro lado, após a queda no atacado, ainda consegue manter os altos preços por algum tempo.

A resposta é relativa, sendo a demanda o principal regulador da força ou rapidez das altas e baixas no varejo.

Quando há estímulo do consumo, é comum haver um "descolamento" de preços entre o atacado e a ponta final, que tende a ser corrigido, em algum momento, em dependência da força consumidora.


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