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Scot Consultoria

José Henrique Meirelles Azevedo - Kaiapós Fabril Exportadora LTDA


Terça-feira, 1 de junho de 2010 - 08h28

Engenheiro por formação, atua há 25 anos no Pará como diretor de compra de gado. Atualmente trabalha na Kaiapós Fabril Exportadora LTDA. comprando gado para indústria e para exportação de animais vivos. Scot Consultoria: A cadeia pecuária no Pará se desenvolveu muito nos últimos anos com o estabelecimento de muitas indústrias frigoríficas, companhias de insumos e grandes propriedades produtoras de bovinos. Em sua opinião, qual é a expectativa para a atividade na região no longo prazo? José Henrique: O crescimento deverá diminuir bastante, e o rebanho certamente diminuirá. Há mais de quatro anos o desmatamento é quase zero no Estado, assim não tendo novas áreas de pastagens sendo abertas anualmente. Além disso, está havendo avanço de áreas de Dendê (Somente Biovale já comprou mais de 100.000 hectares), agricultura e reflorestamento com Eucalipto e Paricá, em cima das áreas de pastagens. Scot Consultoria: A questão da sustentabilidade e da legislação ambiental tem sido muito debatida ultimamente, principalmente envolvendo os estados localizados na região da Amazônia Legal. Como você tem constatado in loco, de que forma isso tem mexido com a atividade pecuária no Estado? José Henrique: A legislação ambiental está evoluindo as áreas, os pecuaristas estão apreensivos com quanto de área será disponibilizada para uso dentro da propriedade (50% ou 20%), quando o Zoneamento Econômico Ecológico for aprovado nas maiores regiões produtoras e também com o novo código florestal em elaboração no Congresso Nacional. Scot Consultoria: O Pará tem se destacado como o principal Estado exportador de gado em pé do País, abrindo uma nova frente de comércio para o Brasil além de gerar grande desenvolvendo para a região. Quais as perspectivas para esse comércio em 2010? José Henrique: As perspectivas em curto prazo são de diminuição ou estagnação da exportação, pois o preço do boi no Estado do Pará está muito caro e o dólar enfraquecido. A Colômbia já embarcou alguns navios para o Líbano e deverá crescer muito, pois o preço da arroba lá, está de 15% a 20% abaixo do praticado no Brasil. Scot Consultoria: Ainda com relação a exportação de animais vivos, na qual o Brasil tem como principais parceiros comerciais o Líbano e a Venezuela, quais as possibilidades de abertura de novos mercados? O que o Brasil tem feito para que isso ocorra? José Henrique: A possibilidade de abertura de novos mercados é muito difícil devido a barreiras sanitárias e, por exemplo, perdemos um promissor novo mercado, a Líbia, pois exigem a inexistência total da mosca varejeira em território brasileiro. E grandes compradores como Indonésia e Malásia, os australianos são imbatíveis. Por enquanto não há perspectiva de que nenhum outro país se torne nosso cliente. Scot Consultoria: O Cadastro Ambiental Rural (CAR) se tornou obrigatório no Pará para que as propriedades possam comercializar produtos primários com as empresas. Você acha que essa medida, por aumentar o controle sobre os desmatamentos, deve evitar novas intervenções do Ministério Público como ocorreu em 2009? José Henrique: Apesar da oposição da liberação da Agricultura do Pará, a adesão ao Cadastro Ambiental Rural (CAR) tem sido satisfatório, pois as exigências são relativamente simples. O problema será a exigência do LAR a partir de julho, se o Zoneamento Econômico Ecológico (ZEE) e o novo Código Florestal não estiverem prontos.
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