• Terça-feira, 16 de dezembro de 2025
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Scot Consultoria

Carta Grãos e Agricultura - O fim do tarifaço dará firmeza ao mercado do café?

A retirada das tarifas norte-americanas abre a expectativa para recuperação da exportação de café no fim de 2025.


Foto: Shutterstock

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O Brasil é o maior produtor mundial de café (USDA). Detém 36,5% da produção global, à frente do Vietnã (17,4%) e da Colômbia (7,0%). 

A produção nacional estimada para a safra atual é de 56,5 milhões de sacas beneficiadas, um aumento de 4,3% em relação ao ciclo anterior (Conab). Desse total, 63,3% são de café arábica e 36,7% de café conilon. 

Com maior desfio climático e impactos à produção do café arábica, a produção de café conilon disparou. Em 2025, aumentou 42,1% e passou de 14,6 milhões de sacas em 2024, para 20,8 milhões em 2025 – recorde de produção.

Já a produção de café arábica, acompanhando sua bienalidade e desafios climáticos durante o ciclo 2025, caiu 9,7%, passando de 39,6 milhões de sacas em 2024, para 35,8 milhões em 2025.

Figura 1.
Produção de café, em milhões de sacas beneficiadas e cotação média anual* do indicador Cepea/Esalq, para o café arábica e conilon, preços da saca deflacionados pelo IGP-M.


Fonte: Cepea/Conab / Elaborado por Scot Consultoria
*para dezembro de 2025, até 12/12. 

Os preços médios anuais da saca beneficiada subiram em relação a 2024, para o arábica, alta de 59,8%, e para o conilon, aumento de 19,6%. 

O movimento é justificado por uma oferta global ajustada, somada a condições climáticas adversas no Brasil que levaram a uma queda de produção acima das expectativas e uma menor oferta em relação à inicialmente prevista. Além disso, a demanda esteve firme. 

Este é o segundo ano consecutivo de aumento expressivo das cotações. 

Os preços do café conilon permaneceram acima das médias de 2024 até maio (figura 2). De junho em diante, o preço médio mensal ficou menor que as referências em 2024. 

Figura 2.
Cotação média mensal* do indicador Cepea/Esalq, para o café Conilon, preços da saca deflacionados pelo IGP-M.


Fonte: Cepea/Esalq. Elaboração: Scot Consultoria
*para dezembro de 2025, até 12/12.

O comportamento da cotação do conilon contrasta com o do arábica (figura 3), cujos preços se mantiveram acima dos de 2024 em todos os meses – a menor oferta sustentou os preços, elevou a demanda por café robusta e limitou quedas mais expressivas para o preço do conilon em meio a um aumento expressivo de oferta.

Figura 3.
Cotação média mensal* do indicador Cepea/Esalq, para o café Arábica, preços da saca deflacionados pelo IGP-M.

*para dezembro de 2025, até 12/12.
Fonte: Cepea/Esalq. Elaboração: Scot Consultoria

O que vem pela frente?

Desde agosto, as vendas de café aos Estados Unidos estavam sobretaxadas – o fluxo comercial para lá, diminuiu. O preço do café, no mercado internacional, foi afetado

Com o tarifaço cresceu a necessidade do comprador norte-americano buscar café em outras regiões – os preços, assim, subiram nas bolsas internacionais e deram firmeza às cotações também no Brasil. 

Em novembro foram exportadas 3,5 milhões de sacas de café, volume 25,6% menor comparado com o mesmo período de 2024 e 9,0% menor em comparação com outubro de 2025.

Da exportação a fatia dos EUA foi de 7,6% em volume, ou 267,5 mil sacas, sendo o menor volume de participação registrado no ano (figura 4).

Figura 4.
Participação dos Estados Unidos nas exportações de café, entre o período de 2024 e 2025.

Fonte: Comex. Elaboração: Scot Consultoria

Com a suspensão do tarifaço em 21/11/2025, a expectativa é de retomada dos embarques – este aumento de demanda, em um momento em que a projeção é de uma oferta de café mais confortável no próximo ciclo (ainda ajustada, mas, relativamente melhor), deve contribuir com preços ainda mais firmes.

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