Foto: Freepik
Considerando a 1ª e 2ª safras combinadas, o Brasil tem a perspectiva de produzir 1,093 milhões de toneladas de amendoim na safra 2024/2025, um aumento de 49% em comparação com as 733,7 mil toneladas produzidas na safra 2023/2024 (Conab).
A produção marca uma máxima na série histórica da cultura (figura 1).
Figura 1.
Produção de amendoim no Brasil, em mil toneladas, de 2007 até 2025*.
Fonte: Conab / Elaboração: Scot Consultoria.
*Estimativa
Além disso, a área semeada deverá crescer 9%, alcançando 278,5 mil hectares, comparados aos 255,4 mil hectares da safra 2023/2024. O aumento da produtividade também é significativo, com projeção de 3.925 kg/ha, um incremento de 36,6% sobre a safra passada.
Diferentes fatores explicam esses números. O primeiro é o aumento do uso de sementes certificadas, que tem crescido a cada ano. O clima também foi favorável ao desenvolvimento da cultura, pois apesar dos atrasos na semeadura no final de 2024, os volumes de chuva acabaram por ser suficientes para sustentar o desenvolvimento das lavouras.
Na safra 2023/2024, a área dos campos de produção de sementes certificadas quadruplicou em relação à safra 2015/2016, passando de 7.926,87 hectares para 32.321,29 hectares
Estima-se que entre 65% e 70% da área cultivada utilize sementes certificadas, o que representa uma evolução pois, há menos de 10 anos tinha uma participação significativa de sementes “salvas” na semeadura nas lavouras (MAPA).
Em 2023 o Brasil foi o 5º produtor de amendoim no mundo (FAO), configurando-se como um importante produtor mundial (figura 2). O consumo per capita é de 1,1 quilo/ano, enquanto nos Estados Unidos chega a 6 quilos/ano e na China, a 13 quilos/ano.
Figura 2.
Maiores produtores de amendoim no mundo em 2023.
Fonte: FAO / Elaboração: Scot Consultoria.
Dados do Ministério da Agricultura e Pecuária afirmam que 70% do amendoim produzido no Brasil é exportado e 30% é comercializado no mercado interno.
Em 2024, a exportação de amendoim diminuiu em relação a 2023 (tabela 1).
Tabela 1.
Exportações totais de amendoim em 2023 e 2024, e diferença porcentual entre os anos.
Ano | Volume total exportado (em mil toneladas) | Diferença porcentual |
2023 | 640,9 | |
---|---|---|
2024 | 490,9 | 30,5% |
Fonte: Secex / Elaboração: Scot Consultoria.
Os fatores que contribuíram para esse cenário foram a guerra na Ucrânia, que afetou as exportações, especialmente para o Leste Europeu, um mercado importante para o Brasil, (figura 3).
Figura 3.
Vinte maiores importadores de amendoim brasileiro e seus derivados em 2024.
Fonte: Secex/ Elaboração: Scot Consultoria
*O número considerado para exportação incluí amendoins descascados, mesmo triturados, óleo de amendoim em bruto, outros óleos de amendoim, amendoins preparados ou conservados, amendoins com casca, não torrados, nem cozidos e amendoins, não torrados nem cozidos, para semeadura.
Além disso, alguns países importadores, como os Estados Unidos e China, impuseram barreiras comerciais específicas ao amendoim, como tarifas adicionais, restrições fitossanitárias rigorosas e novos padrões de segurança alimentar.
A concorrência internacional aumentou, com grandes produtores como China, Índia e Estados Unidos afetando a participação brasileira no mercado internacional.
A flutuação do preço também foi negativa para a exportação, tornando o mercado mais volátil e imprevisível.
No curto prazo, é esperado que os preços no mercado externo sigam pressionados (figura 4), especialmente devido ao aumento da oferta em decorrência da produção histórica. A mesma tendência é esperada no mercado interno.
Figura 4.
Preços FOB médios mensais do amendoim e seus derivados com destino à exportação em 2024/2025.
Fonte: Secex / Elaboração: Scot Consultoria.
*O número considerado para exportação incluí amendoins descascados, mesmo triturados, óleo de amendoim em bruto, outros óleos de amendoim, amendoins preparados ou conservados, amendoins com casca, não torrados, nem cozidos e amendoins, não torrados nem cozidos, para semeadura.
É esperada também uma crescente tecnificação nos cultivos do amendoim e a tendência é de que a região Centro-Sul continue como o principal polo produtor.
Referências:
Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Comex Stat. Disponível em: https://comexstat.mdic.gov.br/pt/home 1.
Food and Agriculture Organization of the United Nations. FAO. Disponível em: https://www.fao.org/home/en 2.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. MAPA. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br.
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