Em 2015 o Brasil contava com 215,2 milhões de bovinos, segundo dados da Pesquisa Pecuária Municipal (PPM 2015) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
E, segundo dados do IBGE, a população brasileira está em 216,5 milhões. Ou seja, temos um bovino para cada pessoa no Brasil. A título de curiosidade, já que estamos em período eleitoral, temos 1,5 bovino para cada eleitor.
Deixando a população votante de lado e focando nos bovinos, tivemos um acréscimo de 1,3% no rebanho em 2015. A retenção de fêmeas observada nos últimos anos, estimulada por resultados interessantes da cria, colaborou com esse movimento.
Vamos aos números
Mato Grosso detém o maior rebanho, com 13,6% do efetivo nacional ou 29,4 milhões de cabeças, seguido por Minas Gerais, com 23,8 milhões, o que equivale a 11,0% do total nacional.
O rebanho nos dois estados aumentou em 2015 e nos últimos cinco anos, como pode ser observado na tabela 1.
Entre 2010 e 2015, dentre os cinco maiores rebanhos, somente em Mato Grosso do Sul o rebanho diminuiu. No estado, além do avanço da agricultura, fato compartilhado com outras regiões, a silvicultura tem tomado espaço de áreas com pastagens.
Isto tem ocorrido na região central e leste, com destaque para municípios com grandes rebanhos, como Ribas do Rio Pardo e Água Clara. O primeiro, por exemplo, possui o terceiro maior rebanho brasileiro, atrás apenas de São Félix do Xingú-PA e Corumbá-MS.
Além destes três, Cáceres-MT e Marabá-PA completam a lista dos cinco maiores efetivos do Brasil e o seleto grupo com rebanhos maiores que um milhão de bovinos.
Considerações finais
As oscilações de rebanho estão intimamente relacionadas ao volume de fêmeas que é retido ou vai para o gancho.
Por outro lado, as particularidades municipais ou estaduais também são fundamentais. Em áreas de terras mais valorizadas, a pecuária, em geral não remunera o capital imobilizado como outras atividades. Isto acaba gerando migração de atividade pelo produtor, arrendamento da área ou mesmo venda da propriedade.
A pecuária, em média, tem rentabilidades menos interessantes que outras atividades rurais, como agricultura, por exemplo. No entanto, a possui uma amplitude de nível tecnológico muito maior que a agricultura, podendo, portanto ser melhorada.
Em outras palavras, quem trabalha com agricultura, normalmente o faz com um mínimo de uso de tecnologia, fato nem sempre comum na pecuária. Pecuárias bem-feitas competem com a agricultura em retorno.
Para os próximos anos, com a retenção de fêmeas que tem sido observada, a expectativa é que o rebanho aumente. A torcida é que a economia e a demanda por carne também cresçam.
Receba nossos relatórios diários e gratuitos