• Quinta-feira, 18 de abril de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Carta Boi - A vacada de ontem e a boiada de outubro


Quarta-feira, 2 de abril de 2014 - 17h25

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram abatidos 8,9 milhões de cabeças no terceiro trimestre de 2013, aumento de 8,6%, na comparação com o mesmo intervalo de 2012 e de 0,3%, frente ao volume do terceiro trimestre.


Os abates de bovinos somaram 34,4 milhões em 2013, aumento de 10,8% na comparação com 2012.  Estes dados se referem aos abates sob algum tipo de inspeção (municipal, estadual ou federal).  


Em 2012 havia sido registrado recorde de abates, com 31,1 milhões, valor superado pelo resultado no último ano. Veja a figura 1.



A variação observada foi a maior desde a ocorrida entre 2003 e 2004, quando houve acréscimo de 19,8%, com o total abatido passando de 21,6 milhões para 25,9 milhões de cabeças. 


Abates de fêmeas


A quantidade de fêmeas abatidas em 2013 aumentou 11,0% em relação ao ano anterior, atingindo 14,5 milhões, o maior valor da série. Para os machos, o número também foi recorde, com 19,9 milhões de cabeças e aumento anual de 10,6% no mesmo período.


A participação de fêmeas nos abates praticamente se manteve no fechamento do ano. Considerando os dados consolidados, vacas e novilhas compuseram 42,0% dos abates, frente a 41,9% no ano anterior.


Apesar da maior oferta de machos e fêmeas, as cotações do boi gordo se mantiveram firmes, com valorização de 0,9%, já considerando o efeito da inflação, medida pelo IGP-DI (Índice Geral de Preços-Disponibilidade interna). Veja a figura 2.



A participação de fêmeas nos abates e os preços do boi gordo deflacionados praticamente se mantiveram no último ano. 


Poderia ter sido um ano de desvalorizações, mas a boa demanda, tanto no mercado interno como para exportações, colaborou com a estabilidade das cotações. 


Expectativas 


A vacada que foi para o gancho nos últimos anos (desde 2011) deixou de produzir bezerros, situação observada atualmente no mercado de reposição, que trabalha enxuto. 


No primeiro trimestre deste ano a cotação média do boi gordo em São Paulo esteve 14,4% maior que no mesmo intervalo de 2013, já descontando a inflação. O preço das fêmeas subiu 13,5% no período. 


O mercado tem trabalhado pressionado recentemente, com a dificuldade de escoamento da produção e pressão sobre as margens dos frigoríficos. 


Com isto, o mercado futuro na BM&F Bovespa fechou  no dia 1/4 cotado ao redor de R$123,98/@, a prazo, o que representa um recuo de 0,6%, na comparação com o valor médio de março (R$124,78/@, a prazo).


Considerando as variações de preços entre março e outubro, no período de 1995 a 2013 só ocorreram recuos em 10,5% dos anos, em 2005 e 2011, de 3,5% e 4,8%, respectivamente. 


Cabe ressaltar que altas de 8,4% entre janeiro e março, como a observada este ano, também não são comuns, embora valorizações menores não sejam raras. Ocorreram em 42,1% dos anos analisados (1996 a 2013).


Apesar da pressão de baixa atual, espera-se que a oferta em 2014 seja menor que em 2013, devido à redução da disponibilidade de bovinos, principalmente fêmeas, para abate.


Espera-se que seja um ano de preços em alta, embora a distribuição da oferta deva ser afetada pela seca e antecipação do confinamento em algumas regiões. 


A capacidade do consumo em absorver patamares maiores de preços para a carne também deve ser avaliada.



<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>

Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja