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Scot Consultoria

Plantas infestantes da pastagem – parte II


Quinta-feira, 17 de janeiro de 2019 - 05h50

Zootecnista, professor em cursos de pós-graduação na REHAGRO, na Faculdade de Gestão e Inovação (FGI) e nas Faculdades Associadas de Uberaba (FAZU); Consultor Associado da CONSUPEC - Consultoria e Planejamento Pecuário Ltda.


Foto: Scot Consultoria


Dando continuidade ao artigo sobre o tema “Plantas infestantes da pastagem” agora com as conseqüências da presença destas plantas na pastagem e os métodos para o seu manejo e controle.


As plantas invasoras competem com a planta forrageira pelos fatores de crescimento luz, dióxido de carbono, água e nutrientes, como também por espaço. Aquelas de folha larga conferem menor proteção ao solo contra o impacto de chuvas e a radiação solar, contra o pisoteio de animais e de máquinas, devido aos seus hábitos de crescimento e morfologia de sistema radicular. Em conseqüência desta competição ocorre redução da produção de forragem e conseqüentemente da capacidade de suporte (UA/ha) e pela impossibilidade de os animais colherem a forragem que está sob e dentro das moitas de plantas invasoras, principalmente quando estas possuem espinhos. 


Ainda ocorre diminuição do desempenho animal por causa da menor qualidade de forragem (empobrecimento da composição química, queda da digestibilidade e redução de sua disponibilidade). Reduzindo a capacidade de suporte e o desempenho individual ocorre redução da produtividade por hectare com consequente redução na receita da atividade.


Ao mesmo tempo ocorre aumento de custos de produção na tentativa de controlar as plantas invasoras, com frequentes casos de insucessos e de frustrações na maioria das vezes por causa da falta de orientação técnica e consequente adoção de métodos inadequados;


Ainda como conseqüências, agora indiretas, podem ocorrer ferimento dos animais (olhos, boca, pele, úbere etc.) pela presença de plantas invasoras que possuem espinhos; intoxicação e morte de animais que consomem plantas invasoras tóxicas; aumento de ectoparasitos (berne, carrapato, moscas) que se abrigam na folhagem das plantas invasoras.


O manejo das plantas invasoras é a combinação de uma forma racional de medidas preventivas com medidas de controle e erradicação.


O método preventivo consiste na adoção de medidas que impeçam ou minimizem a introdução e disseminação de plantas invasoras na área, entre as quais a compra de sementes com alta porcentagem de pureza, o jejum em animais recém-introduzidos na propriedade, a lavagem de pneus, de rodas de máquinas e veículos, como também os discos e engrenagens de implementos e roupas e calçados dos trabalhadores antes da sua introdução na propriedade.


Como medidas de controle adotam-se o método cultural que consiste na adoção de práticas agronômicas e de manejo da pastagem desde antes da sua implantação e durante a sua condução.  Basta ler as causas do aparecimento de plantas invasoras na pastagem e proceder de forma contrária àquelas causas que se estará adotando na integra o método de controle cultural.


O controle mecânico é realizado com a utilização dos seguintes equipamentos: enxada, enxadão, foice, roçadoura, correntão, triângulo, rolo-faca, mata-broto, aração e gradagem.


As ferramentas enxada, enxadão ou foice são adotados em condições de áreas que impossibilitam a mecanização, tais como áreas com relevos inclinados, solos que sofrem inundações e em pequenas áreas. Este método de controle tem como desvantagens a lentidão para a sua execução, a alta dependência por mão de obra que tem ficado escassa e cara principalmente em regiões onde outras alternativas de uso do solo têm concorrido por mão de obra e pagado melhores salários, além das questões trabalhistas. Todos estes aspectos encarecem e limitam a adoção daqueles métodos, além de sua eficácia ser comprovadamente inconsistente.


Os implementos, roçadora, correntão, triângulo, rolo-faca, mata-broto são adotados em condições opostas àquelas citadas para os métodos de controle manuais. Não tem as desvantagens citadas para o controle manual, mas é menos eficaz que este método.


A aração e gradagem podem provocar um efeito contrário ao esperado quando, as invasoras que estão presentes na área têm suas raízes e outros órgãos subterrâneos (rizomas, tubérculos etc.) cortados e repicados. As partes daqueles órgãos picados podem dar origem a novas plantas aumentando a população das plantas invasoras.


Os métodos que apenas roçam a planta invasora na verdade trazem um efeito contrário, pois estimula a brotação de novas ramificações aumentando o diâmetro da parte aérea das plantas e estimula o desenvolvimento dos seus órgãos subterrâneos para o armazenamento de reservas orgânicas, dificultando muito seu controle posterior.


Na próxima edição finalizarei esta seqüência de artigos sobre este tema apresentando os métodos de seu controle com uso do fogo, o biológico e o químico – aguardem.


 



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