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Scot Consultoria

Lições do mercado de milho


Quinta-feira, 1 de março de 2018 - 15h50

Médico-veterinário, pós-graduado pela ESPM, MBA em finanças pelo Insper-SP e sócio diretor da Radar Investimentos


Foto: agriculturewire.com


Há quinze dias, abordamos nesse espaço uma boa oportunidade nas opções de compra de milho como forma de se proteger de maneira barata e eficiente contra um risco potencialmente grande e difícil de se mensurar que era o risco climático na safrinha. Naquele momento chamávamos a atenção para a possibilidade de se comprar opções de compra para o contrato de maio de nível R$38,00/saca por um custo de apenas R$0,25/saca. Pois bem, de lá pra cá o mercado futuro de milho resolveu dar uma pequena amostra do risco que todo usuário de milho corre ao não ter nenhuma proteção contra altas.


Nos últimos quinze dias o Índice Esalq do grão subiu, nada menos, do que 17,5% e toda essa alta ainda não foi turbinada pelo chamado “mercado de clima” que, se por um lado o excesso de chuva atrasa a colheita da soja e empurra a safrinha de milho para fora da janela ideal, por outro ele favorece as lavouras de milho que já foram plantadas. Na verdade, essa alta toda foi provocada pela dificuldade em encontrar vendedores de milho dispostos a negociar em plena colheita da soja. Além disso, na disputa por transporte, a soja que tem maior valor agregado tem a ampla preferência, encarecendo ou muitas vezes impossibilitando a negociação do cereal.


Toda essa alta aconteceu em um momento em que as exportações de milho são historicamente menores, com estoques de passagem na máxima dos últimos anos e com a colheita da safra de verão já ganhando ritmo. Tendo como base esse cenário, é possível extrapolar o nível de estresse que os compradores de milho estarão sujeitos caso ocorra algum problema com o desenvolvimento da safrinha.


Com o crescimento da engorda intensiva na entressafra, seja pelo confinamento, semiconfinamento ou suplementação a pasto, a pecuária passou a depender mais do abastecimento do milho, que por sua vez é cada vez mais dependente da safrinha. Isso agrega um risco muito grande à todas as operações, já que no final das contas quem ditará o rumo dos preços do milho será o regime climático de cada ano, que mesmo com toda a tecnologia disponível, ainda é uma grande incógnita para todos. Nesse ambiente, seguros de preço baratos e acessíveis não podem deixar de ser comprados quando surge uma boa oportunidade.



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