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Scot Consultoria

A unanimidade continua burra


Segunda-feira, 29 de agosto de 2016 - 16h40

Jornalista e publicitário, escritor, especialista em comunicação e marketing no agronegócio.


* Reprodução permitida desde que citada a fonte.

 


Leio estupefato por aí na internet que a Câmara dos Deputados aprovou em plenário dia 12/7 último, por unanimidade, o projeto de decreto legislativo pelo qual o Brasil adere ao acordo do clima proposto na COP21, em Paris. A proposição agora vai ao Senado. Minha estupefação refere-se à aprovação unânime, pois já era esperada a chancela do legislativo.


O projeto tramitava em "regime de urgência" na Câmara, desde maio deste ano. Agora, se for aprovado pelos senadores, vai a sanção presidencial e pode virar lei no Brasil antes da COP22, a conferência do clima a ser realizada em Marrakesh, em novembro próximo.


Para entrar em vigor, em termos mundiais, o acordo precisa um mínimo de 55 ratificações, de países vinculados à ONU e que, juntos, somem 55,0% das emissões de gases de efeito estufa do mundo. Hoje, e até agora, apenas 19 países ratificaram esse acordo. No entanto, somam apenas 0,18% das emissões globais. Nesse quesito o Brasil toma a dianteira, e assume uma unanimidade burra na Câmara dos Deputados. Países como EUA, China, Rússia, Índia, entre outros, não devem assinar o tal acordo ambiental. A União Europeia ainda discute entre os países membros, e nenhum projeto chegou ao parlamento federativo deles, algo que ainda pode demorar mais uns dois anos.


Os ambientalistas do IPCC querem ver o acordo do clima em vigor já em 2017, três anos antes do previsto. Depois disso, vão instalar a Agência Internacional Ambiental, que vai "administrar" os compromissos firmados, da mesma maneira que outras agências, por exemplo, a Agência Internacional de Energia Atômica. São organismos com poderes supranacionais, acima da nossa constituição, e que podem até mesmo autorizar intervenções militares nos países considerados em desacordo com as regras a serem criadas por eles.


Cada vez mais somos um cachorro vira-latas padrão "classe internacional", sempre atentos ao chamamento dos países desenvolvidos; aqui, o rabo abana o cachorro, tamanha a submissão aos interesses externos.


Conforme denuncio no livro "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?", a aprovação do chamado "acordo ambiental", vai impor aos países signatários inúmeras restrições no campo das emissões dos malfadados "gases de efeito estufa" - GEE, e isso deve provocar, se as metas a que nos comprometemos não forem cumpridas, limitações na exportação de nossos produtos, agrícolas e industriais, como sanções econômicas, sociais e políticas, e que hoje conhecemos como "restrições alfandegárias".


Continuo estupefato com a unanimidade de nossa Câmara dos Deputados, onde nenhum deputado ousou questionar "as boas intenções" dos ambientalistas e suas ONGs. Nem mesmo a tal bancada da motosserra, a FPA - Frente Parlamentar da Agropecuária, que diz defender os interesses da agropecuária. Estão todos passivos, "verdes desde criancinhas", comportam-se como se soubessem o que estão fazendo. E que serão capazes e poderosos para submeter os ambientalistas a derrotas futuras, quando bem entenderem.


Desde já, com a aprovação desse virtual "acordo ambiental", o Brasil se dispõe a pré-reconhecer, no futuro breve, que, se não cumprir os compromissos de redução de emissões dos GEE, os países membros poderão nos impor sanções como proibição de exportar quaisquer de nossas commodities (carne, soja, açúcar, café etc.) a seu bel prazer, ou ainda nos tomar a soberania da Amazônia, aliás, projeto já existente, conforme já denunciei aqui neste blog.


Se você deseja conhecer mais informações a respeito, assista a entrevista que concedi ao programa Agro Papo, da AllTV (vídeo acima). O vídeo tem 40 minutos de massacre a que um cético como eu pode suportar. Todas as dúvidas que você tem neste momento me foram colocadas pelo jornalista Ronaldo Luiz, num verdadeiro interrogatório da inquisição contemporânea.



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