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Scot Consultoria

O intervencionismo é um fetiche esquerdista


Quarta-feira, 23 de setembro de 2015 - 10h52

Problemas sociais - soluções liberais
Liberdade política e econômica. Democracia. Estado de direito. Estado mínimo. Máxima descentralização do poder.


"Apesar de ser uma caricatura dizer que tudo o que os progressistas não proibiriam, tornariam obrigatório, eles demonstram certa vocação para usar a força a fim de proibir aquilo que não gostam e tornar mandatório o que gostam".  Sandy Ikeda


Colunista de variedades de O Globo, Ancelmo Góis publicou a seguinte nota, em sua coluna naquele jornal:


"Assassinaram o camarão..."


Sabe quanto o Chez Anne, na Gávea, cobra por um salgadinho de camarão empanado? R$ 19. Parece absurdo. E é.


Antes de mais nada, concordo com o colunista que o preço é muito salgado, e eu provavelmente jamais compraria um salgadinho ali - a menos, evidentemente, que estivesse com muita fome e esta fosse a única possibilidade imediata de saciá-la.


Dito isso, salta aos olhos a demonstração de total desconhecimento da teoria econômica mais elementar por parte do jornalista ao dizer que o preço cobrado é "absurdo" - que no meu dicionário quer dizer "contrário à razão". Ora, se o comerciante cobra esse preço é porque existe alguém interessado em pagar, caso contrário já teria falido ou reduzido o preço. Em economias capitalistas, ninguém pode forçar ninguém a adquirir aquilo que não quer - exceto os governos, claro, que nos obrigam a pagar impostos, mesmo para financiar uma série de "serviços" que não queremos e não pagaríamos voluntariamente.


Os donos do Chez Anne certamente não ficam na porta do estabelecimento apontando armas para os transeuntes, a fim de forçá-los a comprar seus salgadinhos. Quem os consome, é porque valoriza mais a iguaria do que os dezenove reais cobrados, ou simplesmente não haveria transação.


Portanto, se o preço é "absurdo", irracional, para o jornalista, não o é para muitos clientes habituais do Chez Anne. Em outras palavras, os preços, numa economia capitalista, são estabelecidos de comum acordo entre vendedores e compradores. Eu cobro quanto quiser pelos meus produtos e serviços, mas não existe qualquer garantia de que vou vendê-los, o que só ocorrerá se alguém considerá-lo vantajoso.


O problema com esse tipo de notícia é a mensagem subjacente que ela traz, segundo a qual o governo deveria fazer alguma coisa, intervir para proteger os "indefesos" consumidores desses "abusos" de comerciantes "gananciosos" e "inescrupulosos", quem sabe obrigando o Chez Anne a comercializar suas iguarias pelo mesmo preço cobrado na padaria ao lado - o que configuraria um verdadeiro atentado contra alguns pilares econômicos e morais do sistema capitalista, mais especificamente os princípios da autonomia e da livre escolha (voluntariedade) dos agentes.


Comentários como esse denotam que o Estado-babá ainda faz a cabeça de muita gente. Definitivamente, falta ao Brasil, como dizia Mário Covas, um choque de capitalismo. 


Por João Luiz Mauad.



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