O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) é parte do Departamento de Economia, Administração e Sociologia (DEAS) da Esalq/USP.
Depois de cair com força em maio e em abril, o preço do milho esteve mais firme em junho no mercado interno - na segunda quinzena do mês, os valores chegaram a subir. A inversão de tendência esteve atrelada ao aumento na BM&FBovespa e no mercado internacional, que, por sua vez, subiram devido a preocupações quanto à oferta norte-americana em um ambiente de demanda aquecida.
A paridade de exportação também deu suporte à reação nos preços no mercado interno. Os negócios realizados antecipadamente, envolvendo o produto da segunda safra, estiveram adiantados em relação à temporada passada. A expectativa é que esses negócios sejam direcionados para exportação.
Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, os preços subiram 1,9% no mercado de balcão (ao produtor) e 1,1% no de lotes (negociação entre empresas). Como referência a região de Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa subiu 2,3%, fechando a R$25,48/saca de 60 kg no dia 30. Se considerados os negócios também em Campinas, mas com prazos de pagamento descontados pela taxa de desconto NPR, a média à vista foi de R$25,04/sc, elevação de 2,3%.
Na BM&FBovespa, o contrato Jul/15 (menor liquidez) reagiu 6,6%, fechando a R$27,70/saca no dia 30. O contrato Set/15 subiu 10,6%, fechando a R$27,99/sc. Os contratos Nov/15 e Jan/16 se valorizaram 9,7% e 9,1%, respectivamente, fechando a R$28,80 e a R$29,46/sc.
Quanto às exportações, em junho, saíram de portos brasileiros 136,8 mil toneladas de milho, 55,2% a mais que há um ano, segundo os dados da Secex. Os números confirmam que as exportações brasileiras de milho devem ter mais representatividade neste segundo semestre de 2015. No primeiro, o volume total (5,32 milhões de toneladas) foi 0,6% menor que o de igual período de 2014.
No campo, até o final de junho, as condições climáticas estavam favoráveis e colaboraram para produtividade acima do esperado. Em Mato Grosso, a média estava em 103 sacas/hectares, ante 91,6 sc/ha obtidos em 2013/14.
Nos Estados Unidos, chuvas intensas no cinturão do milho prejudicaram a germinação das sementes e também o desenvolvimento das lavouras, impactando na produtividade. Além do clima desfavorável, estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgadas no dia 30, indicaram redução de 1,85% da área com milho naquele país, que seria de 35,98 milhões de hectares. O estoque norte-americano, no entanto, ainda é estimado em 112,95 milhões de toneladas, 15% superior ao registrado no mesmo período de 2014.
Nesse contexto, o vencimento Jul/15 negociado na Bolsa de Chicago (CME/CBOT) subiu expressivos 17,8% no mês, indo para US$4,1400/bushel (US$162,98/t). O contrato Set/15 se valorizou 18,1%, a US$4,2200/bushel (US$166,13/t). O vencimento Dez/15 também acumulou forte valorização, de 17,3%, a US$4,3150/bushel (US$169,87/t).
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